POTENCIAL ANTICARIOGÊNICO DE TANINOS DE ESPÉCIES FLORESTAIS
taninos vegetais, substâncias bioativas, atividade antimicrobiana, cáries dentarias, bactérias cariogênicas.
Embora haja no Brasil inúmeras espécies potencialmente produtoras de taninos, pouquíssimas delas são cultivadas para esse fim, o que gera impactos negativos sobre aquelas que são tradicionalmente exploradas. A presença de taninos desperta interesse farmacêutico em diversas espécies vegetais, partindo-se do princípio do uso popular, e das propriedades antimicrobiana, antioxidante, antiviral e antitumoral dos taninos, que já são bastante conhecidas e documentadas. O objetivo desse estudo é extrair, caracterizar quimicamente os taninos das espécies Acacia mangium Willd., Azadirachta indica A. Juss Mimosa tenuiflora Willd, Mimosa caesalpiniifolia Benth,. e verificar a atividade antibacteriana desses taninos frente às linhagens de bactérias cariogênicas. Foram analisados o teor de taninos presentes em cascas de árvores provenientes de plantios comerciais com 4 anos de idade, localizados em área experimental no município de Macaíba, Estado do Rio Grande do Norte. As cascas, após coletadas, foram secas ao ar, moídas e classificadas, utilizando-se a porção que passou pela peneira de malha 1x1 mm, e que ficou retida em outra de 0,25x0,25 mm. Para as extrações foram utilizadas 25 gramas de casca em 250 mL de água destilada. O extrato obtido foi peneirado, filtrado em funil de vidro e concentrado. Em seguida, foram determinados o teor de sólidos totais (TST), índice de Stiasny (IS) e o teor de taninos condensados (TTC). Foi realizada a caracterização química dos taninos mediante espectrometria de infravermelho com transformada de Fourrier. A avaliação da atividade anticariogênica dos taninos será realizada por meio de ensaio de Concentração Inibitória Mínima e Concentração Bactericida Mínima para as espécies Streptococcus mitis, Streptococcus mutans, Streptococcus sanguis e Streptococcus sobrinus. A realização desse trabalho contribuirá para o conhecimento do potencial tanífero das espécies estudadas, para a eficácia e segurança na utilização popular das espécies enquanto recurso terapêutico frente às linhagens bacterianas de importância odontológica, e para a valoração das espécies florestais em estudo a partir da utilização de um produto florestal não-madeireiro. A quantificação dos extratos mostrou que M. tenuiflora e A. mangium apresentaram maiores percentuais de TTC (23,40% e 12,41%, respectivamente), indicando potencial para produção de taninos em escala industrial. Embora a M. caesalpiniifolia tenha apresentado baixo TTC (8,38%), esta espécie apresentou alto IS (91,27%), caracterizando-se pelo alto grau de taninos puros. A análise química permitiu caracterizar os taninos e permitiu que uma quantidade considerável de informações dos extratos fosse obtida em um tempo limitado.