VALOR NUTRITIVO DO MANDACARU SEM ESPINHOS, PALMA MIÚDA E ORELHA DE ELEFANTE MEXICANA NA ALIMENTAÇÃO DE OVINOS
Cereus hildmannianus, forrageiras estratégicas, nutrição de ruminantes, Nopalea cochenillifera, Opuntia stricta, semiárido
Objetivou-se avaliar o consumo voluntário de matéria seca e nutrientes, a digestibilidade aparente dos nutrientes de dietas à base de cactáceas associadas a feno de sabiá (Mimosa caesalpiniaefolia), e o comportamento ingestivo dos ovinos mestiços (½ Soinga x ½ Santa Inês) alimentados com essas dietas. As dietas experimentais foram compostas por 43,09 a 52,57% da matéria seca de uma cactácea - palma Miúda (Nopalea cochenillifera), palma Orelha de Elefante Mexicana (Opuntia stricta) e mandacaru sem espinho (Cereus hildmannianus K. Schum), 19,47% a 23,38 de feno de sabiá, constituindo a porção volumosa da dieta, 27,95% a 31,33% de concentrado e 1,84% a 2,20% de sal mineral. Foram utilizados quinze ovinos machos, não castrados, com quatro meses de idade e peso corporal inicial médio de 17,27 kg ± 1,05 kg, alojados em gaiolas de metabolismo, distribuídos em um delineamento experimental inteiramente casualizado, com três tratamentos e cinco repetições. O período experimental teve duração de 21 dias – 14 dias para adaptação às dietas e sete dias para coleta de dados. Não foi observado diferenças (P> 0,05) de consumo de matéria seca (CMS) e de consumo para a maioria dos nutrientes. Também não houve diferença de ingestão voluntária de água pelos animais. O consumo de proteína bruta (CPB) foi influenciado (P<0,05) pelas dietas experimentais, havendo maior ingestão pelos animais que receberam o tratamento composto pelo mandacaru sem espinhos, com 145,10 g dia -1 de CPB. Os animais que consumiram palma Orelha de Elefante Mexicana (OEM) apresentaram maior ingestão de água via dieta e total, com média de 4.478,61g de água/dia e 4.625,94 g/dia, respectivamente. Não foram verificadas diferenças (P>0,05) para os coeficientes de digestibilidade da MS, MO, FDN e NDT entre as dietas experimentais, com valores médios de 68,10%; 69,78%; 56,37% e 65,57%, respectivamente. Houve diferença significativa (P<0,05) para coeficiente de digestibilidade da PB entre as dietas compostas por palma orelha de elefante mexicana e palma miúda, com maior CDPB para primeira dieta, com média de 64,05%. As variáveis comportamentais, tempo de ruminação, eficiência de alimentação e ruminação não foram influenciadas pelas dietas (P>0,05). O tempo gasto com alimentação foi maior (P<0,05) pelos animais alimentados com a dieta composta por OEM. As cactáceas, palma miúda, palma OEM e o mandacaru sem espinhos associadas ao feno de sabiá podem ser utilizadas para ovinos, podendo representar opções de alimentos forrageiros estratégicos no semiárido brasileiro.