PPGFST PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE Teléfono/Ramal: (84) 3342-2002 https://posgraduacao.ufrn.br/ppgfst

Banca de DEFESA: OZANA DE FATIMA COSTA BRITO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : OZANA DE FATIMA COSTA BRITO
DATA : 27/08/2021
HORA: 14:00
LOCAL: videoconferência
TÍTULO:

Progressão clínica e funcional de indivíduos com Esclerose Lateral Amiotrófica durante a pandemia de Covid-19: série de casos


PALAVRAS-CHAVES:

Esclerose Lateral Amiotrófica, telemedicina e COVID-19


PÁGINAS: 25
RESUMO:

Introdução: A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença neuromuscular marcada pelas perdas motoras progressivas e consequente declínio funcional. Além da debilidade funcional, esses pacientes apresentam uma maior suscetibilidade a infecções respiratórias devido ao comprometimento dos músculos respiratórios. Por estes fatores, esses pacientes necessitam de avaliações e acompanhamento de uma equipe multidisciplinar de maneira regular. Com a pandemia de Covid-19 no Brasil, essa rotina de cuidados foi certamente interrompida levando a possíveis perdas clínicas e funcionais nestes pacientes. Objetivos: Observar a funcionalidade, a taxa de progressão da doença, o estadiamento da doença além da evolução respiratória em pacientes com ELA por telemedicina durante a pandemia de COVID-19 no Brasil, comparando-a aos momentos prévios. Métodos: Este é um estudo longitudinal do tipo série de casos que acompanhou 11 pacientes com diagnóstico de ELA de Janeiro de 2019 a Junho de 2021. Neste período foram realizadas 5 avaliações: A1, A2, A3, A4 e A5, sendo A1 e A2 de Janeiro de 2019 a Março de 2020 de forma presencial pré pandemia e A3, A4 e A5 de Abril de 2020 a Junho de 2021 por telemedicina. As avaliações A1 e A2 contaram com a prova de função pulmonar, força dos músculos respiratórios, funcionalidade pela escala ALS Functional Rating Scale-Revised (ALSFRS-R/BR) e estadiamento da doença de acordo com os estágios do sistema King’s College, onde o estágio 1 reflete envolvimento de uma área do Sistema Nervoso Central (SNC), o estágio 2 o envolvimento de 2 áreas do SNC, estágio 3 o envolvimento de 3 áreas do SNC, o estágio 4 é quando o paciente está com suporte ventilatório e/ou gastrostomia e o estágio 5 corresponde a morte do paciente. As avaliações A3, A4 e A5 foram realizadas de forma remota com avaliação clínica, questionário sobre uso da Ventilação Não Invasiva (VNI), além da escala ALSFRS-R e o estadiamento da doença (King´s College). Utilizamos a taxa de progressão da doença para quantificar a diferença entre o score total da ALSFRS-R entre as avaliações dividido pelo tempo (em meses) entre as avaliações e consideramos 0,77 como ponto de corte para caracterizar a velocidade da progressão, onde valores acima deste ponto refletem uma velocidade de progressão rápida. Resultados: Os onze pacientes acompanhados eram 8 homens (72,7%), com mediana de idade de 51 (43-55) anos, Capacidade Vital Forçada (CVF%predito) de 69,6 (56,5-96,7) e Volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1%predito) de 74 (55,8- 89,2) Observou-se na funcionalidade uma redução significativa na pontuação total da escala ALSFRS-R [X2 (4)= 22,01; p≤ 0,001], onde as avaliações A4 e A5 se diferem das avaliações pré pandemia (A1 e A2). Um comportamento semelhante também foi observado no domínio motor da escala [X2 (4)= 21,68; p≤ 0,001], sem modificação no domínio respiratório. Além disso, a taxa de progressão evidenciou um declínio lento em 90,9% dos pacientes, menor que 0,77, e ao final dos 14 meses, 81,8% dos pacientes apresentavam essa característica. Quanto a evolução respiratória, 54,4% dos pacientes apresentavam suporte ventilatório em A1 (estágio 4 de King’s College) e na avaliação final (A5) 72,7% dos pacientes estavam em suporte ventilatório (estágio 4 de King’s College). Dos pacientes que não tinham prescrição de VNI no início do estudo, 40% deles iniciaram o suporte ventilatório por decisão clínica após a avaliação A4. Além disso, ao final do estudo foram realizados o ajuste de 7 equipamentos de VNI de forma remota. Conclusão: A telemedicina se mostrou uma ferramenta auxiliar, capaz de acompanhar de forma remota a evolução funcional, a taxa de progressão e ajustes no suporte ventilatório em pacientes com ELA. Além disso, possibilitou um controle adequado em momento de limitação com o isolamento social devido a pandemia de COVID-19. Sugerimos que esse modelo pode ser adotado sempre e quando não prejudicar as avaliações presenciais dos pacientes.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - RENCIO BENTO FLORENCIO - FANEC
Interna - 2319151 - TATIANA SOUZA RIBEIRO
Presidente - 5566309 - VANESSA REGIANE RESQUETI FREGONEZI
Notícia cadastrada em: 15/07/2021 08:57
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