Banca de DEFESA: BARBARA CABRAL

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : BARBARA CABRAL
DATA : 28/08/2020
HORA: 08:15
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO:

AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA E DO PERFIL TOXICOLÓGICO E FARMACOLÓGICO DOS EXTRATOS OBTIDOS DO RESÍDUO INDUSTRIAL DOS FRUTOS DE Passiflora edulis f. flavicarpa O. Deg.


PALAVRAS-CHAVES:

Passiflora edulis f flavicarpa; pericarpo; flavonoides; toxicidade; hipertensão; diabetes; fitoterápicos.


PÁGINAS: 261
RESUMO:

A hipertensão e a Diabetes Mellitus são doenças em ascensão no mundo e podem causar várias complicações cardiovasculares. Diversos fármacos apresentam eficácia no tratamento dessas doenças, entretanto, muitos apresentam efeitos adversos e limitações de eficácia. O pericarpo do fruto de P. edulis f. flavicarpa O. Degener (maracujá amarelo), considerado um resíduo da indústria alimentícia é rico em compostos bioativos. Assim, devido à necessidade da busca por novos tratamentos para a hipertensão e diabetes, e com o intuito de estimular o desenvolvimento de fitoterápicos com espécies nativas do Brasil, o estudo teve como objetivo avaliar a composição fitoquímica, o perfil de toxicidade e o potencial efeito farmacológico de extratos do pericarpo em modelo não clínico de hipertensão e de diabetes. Para atingir os objetivos, a metodologia do estudo foi dividida nas seguintes partes: i: estudo fitoquímico, avaliação da atividade antioxidante in vitro e a avaliação da toxicidade oral aguda ii: avaliação não clínica da atividade antihipertensiva em modelo ex vivo de artérias isoladas e em modelo crônico de ratos espontaneamente hipertensos; iii avaliação não clínica aguda e crônica da atividade antidiabética em modelos de diabetes tipo 1, induzido por streptozotocina. Para o desenvolvimento do estudo foram produzidos dois extratos, um aquoso, preparado por decocção (AFA) e um hidroetanólico (AFM), obtido por maceração, a partir da farinha do pericarpo (pericarpo seco e triturado) de P. edulis. Os metabólitos secundários dos extratos foram identificados por CCD, CLUE-UV/DAD e CLAE-ESI-MSn, sendo os flavonoides C-glicosilados os metabólitos secundários mais encontrados em AFA e AFM. Dentre os flavonoides identificados, foi possível quantificar o teor de vicenina-2, orientina, isoorientina, vitexina e isovitexina por CLAE-QqQ-MS/MS. O polissacarídeo pectina foi encontrado apenas no extrato AFA, através de cromatografia de exclusão estérica de alto desempenho e RMN, o seu teor foi de 34,3%. De acordo com os resultados obtidos da avaliação da toxicidade oral aguda, os extratos AFA e AFM foram classificados na categoria 5 pelo GSH (Globally Harmonised Classification System for Chemical Substances and Mixtures) com DL50 >2000mg/kg, visto que, não apresentaram sinais de toxicidade aguda. O ensaio de avaliação antioxidante in vitro mostrou que os extratos tem boa atividade antioxidante pelos ensaios de CAT, poder redutor e DPPH. Na avaliação do efeito antihipertensivo foi verificado em modelo ex vivo de artéria isolada que o extrato AFM apresentou o melhor perfil de vasorelaxamento, quando comparado com AFA, esse efeito pode ser devido à abertura dos canais de potássio. Além disso, o extrato AFM nas doses 200 e 400 mg/Kg mostrou efeito hipotensivo significativo após 28 dias de tratamento e melhorou a função vascular em artéria mesentérica. Isso foi verificado pela diminuição da hipercontratilidade vascular e aumento do efeito vasorelaxante em resposta ao nitroprussiato de sódio e a Acetilcolina. Houve também uma diminuição na disfunção endotelial que pode ser atribuída ao aumento da biodisponibilidade do óxido nítrico. Assim, nossa hipótese é que todos esses efeitos foram capazes de contribuir para a redução da resistência vascular periférica, causando um efeito hipotensivo significativo. Estes resultados são inéditos para o pericarpo de P. edulis. Além disso, houve uma diminuição nos níveis plasmáticos de MDA no coração e um aumento da glutationa, sugerindo uma diminuição no estresse oxidativo, bem como um aumento no plasma de citocinas anti-inflamatórias como a IL-10. Na avaliação aguda da atividade antidiabética, observou-se que os extratos AFA e AFM nas doses de 400 e 600 mg/Kg de forma adjuvante a insulina conseguiram reduzir de forma significativa a glicemia, quando comparado aos ratos diabéticos que receberam apenas a insulina, sendo esse efeito mais significativo com tratamento com AFA. No estudo crônico de 60 dias esse efeito foi confirmado sendo observado uma redução significativa da glicemia com o tratamento dos extratos AFA e AFM na dose de 400 mg/Kg. Foi verificado ainda uma diminuição do MDA no fígado e uma dimunição de MPO no coração e rim, sugerindo que os extratos podem agir diminuindo o extresse oxidativo e a inflamação ocasionada na diabetes. A fibrose renal também foi diminuída com o tratamento crônico. Portanto, os estudos toxicológicos e farmacológicos apontaram que o extrato AFA e AFM, obtido de um resíduo industrial mostrou-se seguro e tem potencial para a obtenção de novos fitoterápicos com ação na hipertensão e na diabetes tipo 1.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - LEOPOLDO CLEMENTE BARATTO - UFRJ
Externo ao Programa - 2412258 - EDILSON DANTAS DA SILVA JUNIOR
Externo à Instituição - FOUED SALMEN ESPINDOLA - UFU
Externo ao Programa - 2276354 - LEANDRO DE SANTIS FERREIRA
Presidente - 1490222 - SILVANA MARIA ZUCOLOTTO LANGASSNER
Notícia cadastrada em: 24/07/2020 14:18
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