Banca de QUALIFICAÇÃO: ANTONIA ZENEIDE RODRIGUES

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ANTONIA ZENEIDE RODRIGUES
DATA : 28/02/2019
HORA: 14:30
LOCAL: Auditório D do CCHLA
TÍTULO:

Invenções e reinvenções do eu: Visibilidade, Narcisismo e Performance no Instagram


PALAVRAS-CHAVES:

Eu-selfie; Instagram; Visibilidade; Performance; Narcisismo.


PÁGINAS: 65
RESUMO:

A incorporação de tecnologias digitais da informação e da comunicação em nosso meio social nos fez ressignificar vários aspectos da vida social e corroborou o surgimento de novas maneiras de vivenciar tempo e espaço. O registro de autorretratos por meio de câmeras fotográficas frontais dos smartphones e sua divulgação em mídias sociais disponibilizadas nos aplicativos para aparelhos móveis ocasionaram não só a popularização das “selfies”, fotografias digitais de si mesmo, mas também a adoção de atitudes públicas e comportamentos sociais que correspondem ao registro e à divulgação constantes de autoimagens. Nesse sentido, acompanhamos o percurso de autoimagens na plataforma social Instagram por meio da hashtag “selfie” durante um mês até o presente momento, de modo que observamos em média duas mil selfies e selecionamos dentre elas cem selfies pelos critérios referentes repetição em que elas apareciam, e a forma padronizada em que foram apresentadas. O segundo momento da pesquisa, ainda se encontra em fase inicial, mas teve início em setembro de 2018 com as primeiras observações e fotos capturadas, sendo necessário maior aprofundamento quanto aos procedimentos jurídicos de direito de imagem, para que as mesmas pudessem ser divulgadas.  Os locais escolhidos vão desde praças, praia, shoppings, restaurantes, e outros espaços escolhidos aleatoriamente. Nosso objetivo foi observar performances presenciais e representações fotográficas de diferentes pessoas em diversos espaços de convívio no momento em que se estão fotografando para esse fim e comparar o observado com as selfies que circulam no Instagram. Buscamos analisar posturas corporais das pessoas enquanto se fotografam (gestos, atitudes, interações com outras pessoas e o entorno) e visibilidades fotográficas (que tipo de selfies circulam no Instagram, o que mostram e o que escondem). O intuito é perceber a possível criação de “eus imaginados” e/ou desejados nessa rede social digital e quais significados se originam da sua visibilidade virtual ou performática, de forma a compreender os vieses representativos e performáticos que decorrem das posturas na hora da captura das selfies. Igualmente buscamos perceber se existem padrões autorrepresentativos em conexões com outras formas de performance social, tais como comportamento feminino/masculino, comportamento de classe, religião, etc, busca por visibilidade e demais relações sociais. Até o momento, ao analisarmos as selfies selecionadas, pudemos destacar alguns padrões de autorrepresentação, que é o caso da esbeltez, um requisito disseminado socialmente para valoração de um corpo como perfeito. Os locais de captura das selfies também se repetem, sendo comuns as fotos na frente do espelho, banheiros, academias ou em viagens e passeios. A observação de capturas de selfies in situ demonstraram que, para além da constatação de que as selfies são ícones narcísicos da busca incessante e exacerbada por visibilidade e reconhecimento social, as performances presenciais parecem se distanciar dos “eus imaginados” nas selfies compartilhadas digitalmente pela adoção pública de posturas caricaturais que contradizem a perfeição simulada nas mídias sociais. Como suporte para a investigação, reflexões teóricas e articulações com a empiria, usamos as ideias de Norval Baitello (2010; 2014); Vilém Flusser (1985); Michel Serres (2013) dentre outros. 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 6348127 - JOSIMEY COSTA DA SILVA
Interno - 008.055.544-67 - FAGNER TORRES DE FRANÇA - UFRN
Externo ao Programa - 2312564 - DANIEL RODRIGO MEIRINHO DE SOUZA
Notícia cadastrada em: 19/02/2019 14:31
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