Hidroquímica, qualidade das águas subterrâneas e mapeamento da vulnerabilidade natural e
antrópica do Sistema Aquífero Barreiras na Bacia Hidrográfica do Rio Pirangi/RN.
Sistema Aquífero Barreiras; Bacia Hidrográfica do Rio Pirangi; Avaliação hidrogeoquímica;
Qualidade das águas subterrâneas; vulnerabilidade de aquífero à contaminação.
A área de estudo está inserida na Bacia Hidrográfica do Rio Pirangi, Região Metropolitana de Natal, abrangendo 370 km². O Sistema Aquífero Barreiras (SAB) na área de estudo apresenta elevado potencial hidrogeológico e a captação de suas águas tem sido imprescindível para o abastecimento hídrico das populações urbanas e rurais e desenvolvimento industrial e agrícola da região. Contudo, o crescimento urbano desordenado e a adoção de práticas agrícolas inapropriadas tem ameaçado a qualidade desse manancial subterrâneo. Face ao exposto, esse estudo avalia o comportamento hidroquímico e qualidade das águas do SAB na região da Bacia Hidrográfica do Rio Pirangi, além de realizar o mapeamento da vulnerabilidade natural e antrópica à contaminação do aquífero. As análises consideram mapeamento de uso e ocupação do solo. Para o estudo hidroquímico, foi definida uma rede de monitoramento com 30 poços seguido de uma campanha de coletas e análises físico-químicas de amostras de água. A interpretação dos resultados foi efetuada mediante mapas de isovalores e diagramas hidroquímicos. No tocante à qualidade hídrica, as águas subterrâneas foram avaliadas para consumo humano, fins agrícolas e uso industrial. O mapeamento da vulnerabilidade do SAB à contaminação foi realizado aplicando os métodos GOD, DRASTIC e IS com base na análise e interpretação de 38 perfis litológicos de poços distribuídos na área de estudo e de dados cartográficos de trabalhos anteriores. Apesar das variações hidroquímicas observadas nos diferentes setores, de modo geral, as águas subterrâneas do SAB na área de estudo se caracterizam como levemente ácidas e de baixa salinidade, abrangendo predominantemente as fácies cloretadas sódicas magnesianas (Na+ - Mg2+ - Cl-) e cloretadas sódicas (Na+ - Cl-). O aspecto climático é o principal fator controlador da química dessas águas, com a influência de fatores antrópicos do desenvolvimento urbano e de atividades agrícolas (contaminação por nitrato). Quanto à qualidade, 70% das amostras avaliadas podem ser destinadas ao consumo humano; para fins agrícolas, não há restrição ao uso; e para aplicação industrial constatou-se principalmente restrições às indústrias de papel, têxtil, cerveja, laticínios e conserva. O mapeamento da vulnerabilidade à contaminação do SAB resultou para zona urbana índice de vulnerabilidade predominantemente baixo e intermediário através dos métodos GOD e DRASTIC e índice intermediário através do método IS. Nas zonas de desenvolvimento agrícola e no domínio de lagoas e dunas com pouca intervenção humana, determinou-se, através dos métodos DRASTIC e IS, índices de vulnerabilidade baixo e intermediário, enquanto pelo método GOD há predominância de alta