USOS DO TERRITÓRIO E REDE URBANA POTIGUAR
Rede urbana. Hierarquia. Uso do território. Técnico-científico-informacional. Rio Grande do Norte
A rede urbana do Rio Grande do Norte vem sendo reestruturada no período atual devido às mudanças relacionadas à expansão dos sistemas de engenharia de transportes e telecomunicações. Pela disseminação de formas produtivas modernas, além das regiões polarizadas, e ainda pela expansão das redes comerciais de varejo e das formas de produção não-material, como é o caso dos serviços bancários, postais e educacionais. À medida que os novos usos do território estadual se realizam, aumentam a complexidade da configuração da rede urbana. Nesse sentido, nosso objetivo é compreender a rede urbana do Rio Grande do Norte no período técnico-científico-informacional, entendendo que o avanço desse novo meio no território promove a sua reestruturação em função da superposição de redes que quebra qualquer lógica pautada numa hierarquia rígida. Para tanto, buscamos conhecer o conjunto de materialidades e ações geografizadas no território estadual, a partir da difusão do meio técnico-científico-informacional, especialmente a partir dos anos 1990, bem como compreender as principais mudanças ocorridas no território estadual a partir desse período, identificando e analisando as principais redes que coabitam e reestruturam a rede urbana potiguar nesse espaço de tempo. As análises nos permitiram considerar que as mudanças ocorridas na rede urbana estadual a partir do meio técnico-científico-informacional são de várias ordens e a tornam, cada vez mais, complexa e diferenciada. Anteriormente, tinha-se uma rede de interações entre as cidades do estado que para uma boa parte das atividades, mesmo àquelas mais cotidianas, se mantinha uma situação de dependência em relação aos centros que exerciam algum nível de centralidade. No contexto atual, o uso do território norte-rio-grandense, dada uma certa densidade de técnica, ciência e informação, mantém a hierarquia clássica em algumas redes, mas coexistem com essas, redes com hierarquias diversas, cujos fluxos são redirecionados inclusive para cidades locais. De tal modo, as cidades do Rio Grande do Norte participam de mais de uma rede e em diferentes escalas simultaneamente, com funções e papéis diferenciados em cada uma delas.