Banca de QUALIFICAÇÃO: JOSE TEIXEIRA NETO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: JOSE TEIXEIRA NETO
DATA: 16/12/2011
HORA: 10:00
LOCAL: CCHLA
TÍTULO:

A Metafísica do Inominável na Especulação de Nicolau de Cusa


PALAVRAS-CHAVES:

Nicolau de Cusa. Metafísica. Inominabilidade. Nexus-Conexio. Possest.


PÁGINAS: 154
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Filosofia
SUBÁREA: Metafísica
RESUMO:

A questão relativa à possibilidade de nomear o primeiro princípio é
considerada por alguns comentadores de Nicolau de Cusa o centro ou lugar a partir do
qual se pode compreender toda a sua filosofia. Já tematizada no De docta ignorantia
(1440) a questão reaparecerá com mais vigor nas obras do chamado “período tardio”
(1458-1464) no qual Nicolau cunha alguns dos termos que como enigmas indicam o
princípio primeiro: possest, non-aliud e posse ipsum. Pode-se tentar compreender essa
questão fundamental a partir de uma interpretação que reconheça os limites e a força da
palavra humana para dizer o inominável. Pode-se, assim, tentar mostrar qual o modo de
conhecer e de dizer é menos “inadequado” para nomear o princípio divino que por sua
própria natureza já sempre é incompreensível e inominável. Porém, a “metafísica do
inominável” pretende considerar sobre qual fundamento o Cusano sustenta que é
possível conhecer e nomear, mesmo que inadequadamente, o Máximo. O que interessa
não é apenas perguntar sobre os modos de conhecer e de dizer ou nomear. O que agora é
digno de cuidado é a compreensão cusana do princípio divino. Pergunta-se, então: qual
compreensão do princípio divino permite conjecturar que é possível, mesmo que de
modo inadequado, um conhecimento e um discurso sobre esse mesmo princípio? O que
significa afirmar que o homem pode em relação ao princípio captar e dizer o sentido que
nele se esconde? Nicolau pensa o princípio trinitariamente a partir do trinômio unitasaequalitas-
conexio que ele recebe de Thierry de Chartres. Além disso, conjectura
também que o princípio divino se mostra e o mundo e o homem enquanto teofanias
desse princípio imitam de qualquer modo essa trindade. Supomos também que se o
mundo e o homem imitam a Trindade, também os nomes divinos, enquanto enigmas do
princípio fundande, não poderiam deixar de indicar a trindade desse mesmo princípio.
Nesse contexto, pretende-se mostrar que a ideia de nexus ou conexio configura-se,
enquanto pensada como conexão do inteligível com o inteligente, como condição para
que a razão possa compreender e nomear, mesmo que inadequadamente, o que o
intelecto vê incompreensível e inominável. Assim, abre-se um caminho para a
investigação: tomar o nexo como fundamental para a interpretação dos nomes divinos e
para a “metafísica do inominável” e buscar como nos nomes divinos, principalmente no
possest, espelha-se a Trindade e também o nexus. Para tanto será necessário afrontar
algumas questões prévias: situar o Cusano na tradição medieval do neoplatonismo
cristão, retomar algumas discussões sobre o problema da nomeação e da filosofia da
linguagem no seu pensamento, refletir como esse pensamento se molda a partir do
diálogo ativo com a tradição e como a sua especulação se constitui a partir da relação
dialética e dinâmica entre fé e compreensão (intellectus). Após esclarecer essas questões
introdutórias passa-se a considerar a compreensão trinitária do princípio fundande e a
especulação sobre o nexus tomando como ponto de partida o De venatione sapientiae
em que o nexus ou conexio é pensado como um campo de caça da sabedoria e o
Primeiro Livro do De docta ignorantia no qual o Máximo é já pensado como uno e
trino. A partir do Segundo Livro dessa mesma obra e do De mente pretende-se mostrar
em que sentido o universo e a mens, enquanto imago dei, imitam a trindade eterna. Por
último, tendo em vista que também supomos que os nomes divinos enquanto enigmas
mostram a trindade será preciso retomar a noção de scientia aenigmatica do De beryllo
e algumas indicações que esclarecerão que Nicolau assume os nomes divinos como
enigmas. Finalmente, tentaremos mostrar a partir principalmente do De possest que os
nomes enigmáticos também espelharão o princípio unitrino. Será necessário retomar
previamente alguns traços desse aspecto em alguns nomes divinos e em textos do
período tardio para depois concluirmos com aquele que no próprio termo já indica o
nexus e, portanto, a trindade: possest.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - CLAUDIA D'AMICO - UNIVERSIDAD DE BUENOS AIRES - NENHUMA
Externo ao Programa - 751.127.524-91 - CÍCERO CUNHA BEZERRA - UFS
Presidente - 1149452 - OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ
Notícia cadastrada em: 22/11/2011 11:38
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - (84) 3342 2210 | Copyright © 2006-2024 - UFRN - sigaa13-producao.info.ufrn.br.sigaa13-producao