Banca de DEFESA: DIÓGENES FERNANDES DOS SANTOS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : DIÓGENES FERNANDES DOS SANTOS
DATA : 30/03/2020
HORA: 09:00
LOCAL: Sala de videoconferência do PoP/RN (RNP) - Centro de Convivência UFRN
TÍTULO:

A SECA E SEUS IMPACTOS QUALI-QUANTITATIVOS NA DISPONIBILIDADE HÍDRICA DE RESERVATÓRIOS NA REGIÃO SEMIÁRIDA


PALAVRAS-CHAVES:

Índice de precipitação padronizada. Seca. Saúde pública. Segurança hídrica. Semiárido.


PÁGINAS: 59
RESUMO:

A seca um fenômeno natural e recorrente, especialmente no semiárido brasileiro, que é vulnerável a variabilidade interanual do clima. Nesse sentido, ecossistemas aquáticos, em especial os continentais, como reservatórios, estão cada vez mais suscetíveis às ações dos eventos extremos (seca severa, chuvas intensas). Sendo assim, as características das regiões semiáridas, como a intermitência dos rios e as altas taxas de evaporação, aliadas à seca prolongada, tendem a aumentar os níveis de nutrientes e o tempo de residência da água de mananciais, favorecendo a condição eutrófica e a inviabilização o uso destes para as atividades humanas. O objetivo deste estudo foi identificar a ocorrência e as características da seca, e como esta se associa com a variabilidade temporal do volume hídrico armazenado nos mananciais da região semiárida. Além disso, o estudo buscou avaliar os impactos da seca prolongada na qualidade da água destes mananciais, verificando se houve alteração de estado trófico dos mesmos durante a ocorrência de eventos de seca. Para tanto, o estudo foi realizado em dois reservatórios de pequeno porte (~ 12,7 e 10,4 km²) da bacia do Rio Piancó-Piranhas-Açu, na região semiárida do estado Rio Grande do Norte. Na identificação dos períodos e características das secas meteorológica e hidrológica foi utilizado o SPI (Standardized Precipitation Index), calculado a partir de uma base de dados pluviométricos de 57 anos (1963-2019), e a anomalia do volume armazenado de água nos reservatórios durante 19 anos (2001-2019). Os resultados mostraram que o SPI de 36 meses (SPI-36) foi que melhor se adequou para classificação das secas meteorológicas associadas ao volume hídrico. A correlação entre o SPI-36 e volume armazenado mensal dos reservatórios foi de 0,89 e 0,87 (𝑝<0,0001) para os reservatórios de Boqueirão (12,7 km²) e de Passagem das Traíras (10,4 km²), respectivamente. Durante os anos de 2001 a 2019 ocorreram quatros secas meteorológicas, de diferentes intensidades e durações nos dois reservatórios estudados, sendo que para o reservatório Boqueirão (12,7 km²) apresentou maior intensidade e frequência, correspondendo ~ de 22 a 11% do total de eventos, enquanto o reservatório de Passagem das Traíras (10,4 km²), as secas moderas, severas e extremas corresponderam ~ 15, 11 e 9%, respectivamente. Por outro lado, a seca hidrológica é mais intensa no reservatório de Passagem das Traíras. A seca mais intensa em ambos os reservatórios durou ~ 8 anos (2012-2019). Na abordagem qualitativa, durante os anos de 2012 a 2019, os resultados indicaram que houve um aumento da clorofila-a, condutividade elétrica, pH e turbidez em função da redução do volume hídrico dos reservatórios. Como também, quando comparado os períodos, foi verificado, variação nas concentrações de fósforo total e fósforo reativo dissolvido. Nesse sentido, o estudo, também, demonstrou que o prolongamento da seca impactou na intensificação da eutrofização alterando o estado de trofia de Boqueirão de Parelhas passando de mesotrófico para eutrófico. Para o manancial Passagem das Traíras foi avaliado a permanência do estado eutrófico, mas com impactos mais intensificados, como aumento da biomassa algal confirmando a hipótese do trabalho. Compreender os impactos da seca nos reservatórios, bem como o resultado dela na disponibilidade hídrica, quali-quantitativa, pode ser um meio facilitador para melhor gerenciar os recursos hídricos da região, como também um meio importante na tomada de decisões para atenuar o impacto da seca na população que depende dos reservatórios para o abastecimento humano, pesca, dessedentação animal e outros.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - CARLOS RUBERTO FRAGOSO JUNIOR - UFAL
Interna - 052.716.174-83 - FABIANA OLIVEIRA DE ARAUJO SILVA - UFRN
Externo ao Programa - 2411669 - JONATHAN MOTA DA SILVA
Presidente - 1764855 - VANESSA BECKER
Notícia cadastrada em: 19/03/2020 17:48
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