Os caminhos do açúcar no Rio Grande do Norte: o papel dos engenhos na formação do território potiguar (século XVI a início do século XX).
engenho de açúcar; território; Rio Grande do Norte.
A economia açucareira foi o verdadeiro sentido da colonização portuguesa do Brasil, pois foi apenas com o cultivo da cana e a produção do açúcar, que Portugal passou a ocupar de forma permanente e sistematizada o território brasileiro, deslocando a base da colonização da pura extração de riquezas naturais para a criação local de riquezas. Assim, com a vinda dos colonos portugueses, foram instalados os primeiros engenhos de açúcar na costa brasileira, dando início ao ciclo do açúcar no Brasil. No Rio Grande do Norte, o primeiro engenho de açúcar foi instalado no início do século XVII, pouco após a conquista e apropriação do território potiguar pela Coroa Portuguesa. Entretanto, durante todo o período colonial, o gado foi o principal produto econômico da Capitania. O açúcar e seus derivados (aguardente, rapadura e mel de furo) eram produzidos em pequena escala e voltados para o mercado local. A produção de açúcar em larga escala voltada para o mercado externo só terá início no século XIX, quando os engenhos ocuparam boa parte do Litoral Leste Potiguar e o açúcar passou a figurar entre os principais produtos econômicos da então Província. No século XX, com o surgimento das usinas, os engenhos tradicionais entraram em decadência. Embora modesta, a produção de açúcar ocorreu de forma praticamente ininterrupta nas terras do Litoral Leste Potiguar, deixando marcas na paisagem e na cultura dessa região que, ainda hoje tem o açúcar como um dos seus principais produtos econômicos. Neste contexto, este trabalho tem como objetivo compreender o papel dos engenhos de açúcar na formação e estruturação do território potiguar.