A relação criança-natureza no meio urbano: um estudo no entorno das Zonas de Proteção Ambiental de Natal-RN
Crianças; Ambientes naturais protegidos urbanos; Psicologia ambiental/Relação pessoa-ambiente; Apropriação; Affordances.
Pressupondo-se que o contato com a natureza oferece benefícios potenciais e restauradores para o desenvolvimento humano, ao mesmo tempo em que recupera a consciência das pessoas para a importância da preservação dessas áreas naturais, este estudo adota uma perspectiva fenomenológica a fim de apreender a relação existente entre crianças e ambientes naturais protegidos presentes nas cidades. Questiona-se como se dá a relação entre criança e natureza em um país em desenvolvimento, enfocando especialmente as vivências cotidianas de crianças no atual contexto urbano brasileiro. Como hipótese de trabalho defende-se que, embora atualmente as crianças que vivem em nossas cidades em geral tenham pouco contato direto e cotidiano com a natureza, o local de moradia e o arranjo social diferenciam, possibilitam e potencializam essa relação. Para investigar a apropriação desses ambientes pelas crianças e os affordances identificados em sua inter-relação com a natureza, o estudo tem na psicologia ambiental seu embasamento teórico-metodológico. Empiricamente foi delimitado como universo de estudos o município de Natal-RN, a partir do recorte espacial das suas Zonas de Proteção Ambiental (ZPAs), compreendendo o recorte social das crianças residentes do entorno dessas áreas, caracterizado por assentamentos informais que se configuram como um contexto de vulnerabilidade socioambiental. Assim, o objetivo geral da pesquisa empírica é entender como crianças que moram no entorno das ZPAs de Natal significam e se relacionam com estes ambientes protegidos. Metodologicamente a pesquisa assume uma postura etnográfica e utilizará abordagem multimétodos. Como contribuições, entende-se que a compreensão da relação criança-natureza na realidade brasileira é essencial para reconhecer os diferentes contextos e interações ambientais, pensar a qualidade de vida na infância e os espaços livres de nossas cidades, além de poder subsidiar políticas públicas voltadas para a promoção e preservação dessa interação.