Junkspace: Palavra, Imagem e Experiência na cidade contemporânea.
Arquitetura contemporânea; Estudos culturais urbanos; Rem Koolhaas; Espaço-lixo; Pós-modernismo.
O ensaio Junkspace (2001) de autoria do arquiteto holandês Rem Koolhaas, apresenta, a partir de uma composição textual aparentemente caótica, a descrição de uma paisagem urbana que já não é regulada por qualquer noção tradicional do campo disciplinar da arquitetura, e que encontra sentido apenas através da ubiquidade dos sistemas produtivos – espaciais, no caso - promovida pela globalização. Junkspace nomeia, sobretudo, o que Koolhaas observou como as formas, expressões e lógicas urbanas subjacentes à modernidade contemporânea, constituintes da cidade genérica ou global do final do século XX e começo do século XXI. Entendemos, portanto, que Junkspace relaciona-se com o entendimento das transformações urbano-territoriais a partir de um olhar sóciocultural sobre a cidade, em que a análise sobre a produção espacial é encarada como sintomática do processo de desenvolvimento de nossa cultura e sociedade. É com tal olhar, por conseguinte, que questionamos: afinal, como Junkspace pode contribuir ao entendimento acerca das cidades na atualidade? Partindo dessa questão central de pesquisa, o trabalho aqui desenvolvido seguiu uma linha de exploração teórica-metodológica, de modo a alcançar o objetivo geral de compreender Junkspace sob a luz de uma discussão teórica sobre o fenômeno urbano contemporâneo, com vistas a contribuir ao debate acadêmico acerca da produção espacial das duas primeiras décadas do século XXI. Contemplando o aspecto teórico do trabalho, foi realizada uma revisão bibliográfica tanto sobre o autor de Junkspace e suas principais obras como sobre o ensaio tomado aqui como fonte primária de pesquisa, bem como sobre autores que discutem temáticas abordadas no texto de Koolhaas. Realizamos, também, atividades de cunho metodológico, a fim de explorar os limites do termo estudado enquanto ferramenta pragmática e empírica de apreensão da cidade. Os resultados deste trabalho ainda não estão finalizados, contudo, até o presente momento consideramos que as possibilidades de questionar Junkspace, sob a luz de um debate cultural urbano, bem como as de ancorar a espacialização do termo criado por Koolhaas a partir da discussão suscitada pelo ensaio e de sua relação com os marcos teóricos selecionados para a construção do debate, colaboram à discussão e apreensão do fenômeno urbano contemporâneo.