Banca de QUALIFICAÇÃO: ANDREA DE ALBUQUERQUE VIANNA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANDREA DE ALBUQUERQUE VIANNA
DATA: 30/10/2015
HORA: 14:00
LOCAL: Miniauditório do PPGAU/UFRN
TÍTULO:

PATRIMÔNIO E TURISMO NO BRASIL: Um encontro sob as bênçãos da ditadura.

PALAVRAS-CHAVES:

Patrimônio; Cartas Patrimoniais; Turismo; Estado Novo; Governo Militar.

PÁGINAS: 108
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Arquitetura e Urbanismo
RESUMO:

A relação Patrimônio/Turismo no Brasil tem ocupado pouco espaço no contexto da produção acadêmica em geral. Da mesma forma, as duas áreas têm convergido em raros momentos no contexto da prática patrimonial e turística, salvo por exceções como Ouro Preto, Tiradentes e Mariana (MG), e Paraty (RJ), por exemplo. A despeito destes pequenos encontros, constata-se uma dissociação destas atividades, o que enfraquece e fragiliza a ambas, por não terem uma a outra como suporte. Na atualidade, isto representa problemas, pois o patrimônio incompreendido, desconhecido e desvalorizado perde sua função social; o turismo desenvolvido exclusivamente com interesses comerciais perde seu diferencial, transformando-se em mais uma atividade econômica no destino turístico. O desconhecimento leva à não preservação, à perda de identidade cultural, ao não pertencimento. Porém, o quadro nem sempre foi esse: nos governos ditatoriais brasileiros do século XX havia outros posicionamentos. Durante o governo Vargas, Estado Novo (1937 a 1945, primeiro período a ser estudado nesta pesquisa) houve uma aproximação das duas áreas, utilizadas pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), que unia patrimônio, propaganda e turismo como ferramentas para o fortalecimento do regime político vigente, de seu governante, e para divulgação de seus feitos, funcionando, principalmente, como meio de propaganda ideológica do Estado. O segundo período estudado é o do Governo Militar (1964 a 1985), com maior controle do Estado sobre a economia, grandes investimentos em infraestrutura e indústria, quando o turismo voltou a ser utilizado como elementos de suporte do Estado para atrair investidores internacionais, movimentar a economia interna e difundir uma imagem do País, mais interessante e acolhedora. Nos dois momentos percebe-se o uso do patrimônio como definidor de identidade, e do turismo como ferramenta de divulgação desta identidade e da doutrina política vigente. Diante deste quadro, estabelece-se como objeto de estudo a relação entre patrimônio e turismo no Brasil nos períodos autocráticos, tendo como parâmetro a relação entre as Cartas Patrimoniais e os Planos de Desenvolvimento Turístico editados nos períodos em questão. O objetivo geral é compreender a participação das políticas do Patrimônio na formulação de ações e diretrizes para o Planejamento Turístico no Brasil nos governos autoritários. Busca-se esclarecer: a) De que maneira as Cartas Patrimoniais contribuíram para a elaboração de diretrizes dos planos de desenvolvimento turístico durante o Estado Novo e o Governo Militar; b) Como a atividade turística foi inserida no contexto da valorização do patrimônio urbano-arquitetônico no Brasil (Ouro Preto e Rio de Janeiro); c) Qual o papel do patrimônio urbano-arquitetônico para a valorização das políticas de turismo. A hipótese adotada é que, a despeito da aproximação entre Patrimônio e Turismo, fomentada nos governos autoritários brasileiros, as diretrizes do Patrimônio não influenciaram significativamente a formulação de ações para o planejamento turístico em âmbito federal, sendo este fomento resultante de estratégias de sustentação político-ideológica. Para esta constatação, é preciso seguir três eixos de pesquisa: Patrimônio, no qual se apresentam conceitos de nação, identidade, memória e as Cartas Patrimoniais; Estado Novo, no qual se abordará a identidade nacional, o SPHAN/IPHAN, DIP e sua Divisão de Turismo (DT); Governo Militar, no qual será abordada a Empresa Brasileira de Turismo (EMBRATUR), o Conselho Nacional de Turismo (CNTUR) e os planos de desenvolvimento turístico. Estes eixos convergirão para a relação Patrimônio/Turismo, estabelecendo um quadro de análise histórica pelo qual se confirmará a hipótese adotada.  Serão adotados procedimentos de pesquisa documental, bibliográfica, análise de discurso e de conteúdo das Cartas Patrimoniais e dos Planos de Desenvolvimento Turístico em âmbito federal, finalizando com levantamento dos itens coincidentes nestes documentos, em Ouro Preto, durante o Estado Novo, e no Rio de Janeiro durante o governo militar.

MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - DENIO SANTOS AZEVEDO - UFS
Presidente - 347896 - FRANCOISE DOMINIQUE VALERY
Interno - 1720813 - GEORGE ALEXANDRE FERREIRA DANTAS
Externo ao Programa - 1170781 - MARGARIDA MARIA DIAS DE OLIVEIRA
Interno - 1672030 - NATALIA MIRANDA VIEIRA DE ARAUJO