PERCEPÇÃO AMBIENTAL EM MUSEUS PAISAGENS DE ARTE CONTEMPORÂNEA: a legibilidade dos Museus Inhotim/Brasil e Serralves/Portugal avaliada pelo público/visitante
Arquitetura. Arte Contemporânea. Museu-paisagem de Arte Contemporânea. Percepção Ambiental. Legibilidade. Público/visitante.
RESUMO
Esta Tese analisa a legibilidade ambiental de Museus Paisagem de Arte Contemporânea (MPAC), tendo como base o Instituto de Arte Contemporânea do Inhotim, Minas Gerais, Brasil e o Museu de Arte Contemporânea da Fundação de Serralves, Porto, Portugal. O estudo tem como foco a interrelação do público/visitante com a paisagem, a arquitetura e a arte contemporânea nestes museus, de modo a compreender a percepção visual e a apreensão de tal ambiente pelos seus usuários. Para tanto foram confrontadas a documentação (visual e escrita) e a fala das pessoas. A principal hipótese defendida é que o público/visitante de MPAC valoriza a interrelação entre o ambiente natural (parque/jardim) e o ambiente construído (as obras de arte contemporâneas e as galerias), atribuindo igual valor a ambos. Em complementação a esta, uma segunda hipótese indica que durante a visita aos MPACs, os visitantes definem seus trajetos de maneira espontânea, porém fortemente influenciados pelos indicadores visuais existentes (mapas, sinalética e elementos marcantes da paisagem), os quais facilitam a legibilidade do espaço, para o que também contribuem os serviços oferecidos e as experiências vivenciadas em instituições semelhantes. A base analítica da pesquisa recorreu aos conceitos de Legibilidade (LYNCH, 2009), Cotinnum Experiencial (TUAN, 1985), Espaço Limite (CRUZ PINTO, 2007) e Habitus (BORDIEU, 1992). Metodologicamente foi utilizada a pesquisa qualitativa (DEMO, 2000) por meio de estudo de caso (STAKE, 1999; YIN, 2005) e observação participante (WHYTE, 2005). Nos dois museus foram realizadas entrevistas com pesquisadores e curadores, observação de comportamentos e aplicação de questionários junto aos funcionários, estagiários, monitores e com o público/visitante dos dois museus. Embora referende parcialmente a hipótese inicial, a investigação mostrou que o público/visitante aparenta valorizar mais os ambientes naturais, que vivencia em maior intensidade e, além dos fatores indicados na segunda hipótese, sua percepção e a definição de trajetos sofre significativa influência das relações emocionais estabelecidas com o espaço. De maneira geral o público/visitante se adapta com facilidade às diferentes demandas expositivas da arte contemporânea nos dois museus e o espaço construído (parque/jardim e museu) interfere na sua leitura do trajeto durante a visita, condição percebida pelo público/visitante como fator que favorece a fruição das obras em montagens diversas (relação com a Arte), embora muitas vezes torne-se um fator que dificulta a boa legibilidade do prédio e seu espaço construído (Arquitetura). PALAVRAS-CHAVE: Arquitetura. Arte Contemporânea. Museu-paisagem de Arte Contemporânea. Percepção Ambiental. Legibilidade. Público/visitante.