Extração e Caracterização do Material Lipídico e Biodiesel Microalgal Proveniente da Monoraphidium sp.
Microalgas, transesterificação, material lipídico e biomassa.
O cultivo de biomassa microalgal propendendo à produção de biodiesel desponta-se como uma vertente extremamente promissora, pois a cultura de microalgas inclui curto ciclo de reprodução, menor área para o plantio e biomassa residual rica em conteúdo proteico. O presente trabalho estuda diferentes técnicas de extração do material lipídico (ML) da microalga Monoraphidium sp., utilizando vários métodos de rompimento celular (agitação mecânica a altas e baixas rotações e agitação mecânica associada a cavitação), bem como, caracterizações espectroscópica (FTIR e UV/Vís) do ML. O ML microalgal foi transesterificado alcalinamente por rota metílica e o produto reacional (Biodiesel) foi analisado por cromatografia gasosa (CG) para evidenciar o êxito da síntese e o seu perfil graxo. Além disso, foi realizada a elucidação estrutural dos MEM (monoésteres metílicos) por FTIR, RMN 1H e 13C. A análise termogravimetria foi empregada (TGA) no estudo térmico (e alternativo) da biomassa, ML e biodiesel microalgal. O método que forneceu resultados mais eficientes na extração do ML da microalga foi à agitação mecânica (12,51%) sob alta rotação (14 000 rpm) sendo o tempo ideal de 2 horas, como mostrado pelo teste t. As técnicas espectroscópicas (RMN 1H, 13C e FTIR) confirmaram a estrutura dos monoésteres metílicos e os dados cromatográficos (CG) revelaram alto teor de ésteres de ácidos graxos saturados (aproximadamente 70%), sendo o constituinte majoritário o ácido eicosanóico (33,7 %), fato que favoreceu a elevada estabilidade térmica do biodiesel microalgal (450 °C). A TGA ratificou a conversão (de 94%) dos TAG (triacilglicerídeos) em MEM, mostrando resultados quantitativos compatíveis aos valores obtidos pela CG (aproximadamente 87%). O teor obtido de ML microalgal indica um bom potencial de uso deste material como matéria prima na produção de biodiesel, quando comparado ao teor de óleo que pode ser obtido de oleaginosas tradicionais para este uso, já que a produtividade das microalgas por hectare é muito maior e exige um período extremamente reduzido para renovação de seu cultivo.