ESTUDO FITOQUÍMICO DE Bredemeyera floribunda WILLD
Bredemeyera floribunda; Polygalaceae; “raiz-de-cobra”; antiofídico.
Algumas espécies de plantas são utilizadas na medicina popular para tratar acidentes com animais peçonhentos. A espécie Bredemeyera floribunda Willd é uma destas. Ela pertence à família Polygalaceae e é conhecida popularmente como “raiz de cobra”. Além de suas propriedades antiofídicas, também é conhecida por suas propriedades expectorante, diurética e hipotensiva. Devido a sua importância etnofarmacológica, esta espécie ainda necessita de estudos acerca de seus constituintes químicos. Este trabalho relata o estudo fitoquímico realizado com as raízes desta espécie. Foram realizadas análises qualitativas através de técnicas cromatográficas: Cromatografia Líquida de Alta Eficiência, Cromatografia de Adsorção e Cromatografia de Exclusão Molecular. O fracionamento cromatográfico do extrato etanólico das raízes resultou no isolamento de sete substâncias, sendo a primeira um derivado do ácido cinâmico, denominado (2E)- metil 3-(3,4,5-trimetoxifenil)-prop-2-enoato, inédita para o gênero. Foram isoladas também três xantonas, a primeira denominada 1,7-dihidroxi-3,4,8-trimetoxixantona, a segunda, 1,3,7-trihidroxi-4,8-dimetoxixantona, e uma terceira xantona dimetoxilada, inédita na literatura. Foram isolados dois carboidratos, sacarose e outro carboidrato bicíclico. E também foi isolado o flavonóide Rutina. Além disso, saponinas também foram identificadas. A determinação estrutural dos metabólitos secundários isolados foi realizada através da técnica espectroscópica: Ressonância Magnética Nuclear de 1H e 13C, através de seqüências de pulsos uni e bidimensionais e comparação com dados de RMN da literatura. Algumas substâncias isoladas, frações e o extrato etanólico foram submetidos a testes antiofídicos. Nestes ensaios, observou-se que o extrato mostrou-se ativo e que das substâncias testadas, as xantonas 1,3,7-trihidroxi-4,8-dimetoxixantona e 1,7-dihidroxi-3,4,8-trimetoxixantona obtiveram resultados satisfatórios. Frações contendo em xantonas e saponinas também foram submetidas aos testes e deram resultados positivos.