Banca de QUALIFICAÇÃO: GABRIELLA KELMER DE MENEZES SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : GABRIELLA KELMER DE MENEZES SILVA
DATA : 31/08/2020
HORA: 14:30
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO:

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS DORES: VIOLÊNCIA E SILÊNCIO NO ROMANCE DE BEATRIZ BRACHER


PALAVRAS-CHAVES:

Silêncio; Violência; Não Falei; Beatriz Bracher.


PÁGINAS: 58
RESUMO:

Tendo em vista uma abordagem da literatura que investiga as particularidades linguísticas da criação artística e a representação da vida social, conforme a crítica integrativa de Candido (2014, 2017), analisamos o romance contemporâneo Não falei, da escritora brasileira Beatriz Bracher, a partir das categorias violência e silêncio. A obra lida com a narração memorialística de um homem que viveu a tortura durante a ditadura civil-militar brasileira, período em que sofreu, além da subjugação física, a perda de um amigo, Armando, militante político morto pelo Estado, cuja captura é atribuída à delação do próprio narrador. Nesse ínterim, estabelecem-se entrecruzamentos entre a vivência violenta e as figurações do silêncio, tanto no interior da cena de tortura, em que calar significa resistir, como no presente, quando o protagonista permanece hesitante em elaborar o passado para os familiares, amigos e conhecidos. Considerando, assim, que a experiência-limite da tortura é determinante para a vida da personagem central da narrativa, que não consegue abandonar o peso do passado, estudamos a violência a partir das contribuições de Jaime Ginzburg (2012, 2017) e Márcio Seligmann-Silva (2000), observando, quanto à temática, seus impactos traumáticos, para os quais aponta a teoria psicanalítica de Sigmund Freud (1974, 2012). Igualmente, observadas as diversas dimensões em que o silêncio se estabelece como relevante na narrativa, em especial naquelas instâncias que retomam as agressões vividas e seus efeitos, partiremos de uma compreensão situada do silêncio como signo (BARTHES, 2003), que, diferenciando-se das maneiras de significar da linguagem (ORLANDI, 2007), pode evidenciar, potencialmente, opressões sociais (HOLANDA, 1992). O estudo dessas questões aponta para a relevância da obra literária na manifestação de uma perspectiva singular de um acontecimento histórico traumático, evidenciando, por meio da situação ficcional, aquilo que foi encoberto pelos discursos oficiais.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1299003 - DERIVALDO DOS SANTOS
Interna - 341.721.574-91 - VALDENIDES CABRAL DE ARAÚJO DIAS - UFRN
Externa ao Programa - 1223367 - JULIANE VARGAS WELTER
Notícia cadastrada em: 21/08/2020 17:01
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