PONTOS DE VISTA E RESPONSABILIDADE ENUNCIATIVA EM REDAÇÕES DO PROGRAMA JOVEM SENADOR
Ponto de Vista. Responsabilidade Enunciativa. Redação
Esta pesquisa investiga o gerenciamento dos Pontos de Vista e a Responsabilidade Enunciativa dos enunciados no que concerne à orientação argumentativa em redações escritas por estudantes do Ensino Médio de escolas públicas que participaram do Programa Jovem Senador. O corpus desta investigação é composto por 135 redações oriundas do Programa Jovem Senador das edições de 2011, 2013, 2015, 2016 e 2017, sendo elas representativas dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal. Trata-se, portanto, de uma investigação de natureza qualitativa e quantitativa (BOGDAN; BIKLEN, 1994; BAUER; GASKELL, 2002; GOLDENBERG, 2004), desenvolvida sob a abordagem da pesquisa bibliográfica e documental (GIL, 2010a, 2010b; OLIVEIRA, 2010) e orientada a partir do método indutivo. Este estudo filia-se teoricamente às discussões da Linguística do Texto, especificamente da Análise Textual dos Discursos, e da Linguística Enunciativa. Desse modo, evocamos Adam (2008, [2011]) e Rabatel(2017, 2016a, 2016b, 2010, 2009, 2005,2003) para fundamentar nossas análises quanto às noções de Ponto de Vista e Responsabilidade Enunciativa, além de teóricos circunscritos no âmbito da Linguística de Texto que discorrem sobre argumentação/argumentatividade. A partir do corpus e do aporte teórico adotados, pretendemos: a) identificar como os Pontos de Vista são mobilizados pelos participantes do Programa Jovem Senador para a construção da argumentatividade nas redações; b) descrever e analisar as marcas e/ou mecanismos linguísticos utilizados pelos participantes do Programa Jovem Senador no que concerne a (não) assunção da Responsabilidade Enunciativa; c) interpretar os efeitos de sentido empreendidos pelos participantes do Programa Jovem Senador na orientação argumentativa das redações, a partir do fenômeno linguístico da (não) assunção da Responsabilidade Enunciativa. A partir da análise preliminar do corpus é possível depreender que é recorrente o sincretismo entre os PDV de L1/E1 com os enunciadores segundos materializados nas redações. Em relação às marcas da (não) assunção da Responsabilidade Enunciativa há recorrência do índice de pessoa (verbos na 1ª pessoa do singular/plural e pronomes correlatos) e modalizadores no que diz respeito à assunção da responsabilidade dos enunciados e verbos discendi e marcadores do discurso segundo no que se refere a não assunção do conteúdo proposicional.