CARACTERIZAÇÃO ENERGÉTICA DOS FRUTOS E SEMENTES DA Pachira aquatica Aubl. PARA APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE CONVERSÃO TERMOQUÍMICA
munguba, biomassa lignocelulósica, energia renovável, bio-óleo, pirólise.
O estudo de diferentes fontes de energia renovável vem se intensificando devido às mudanças climáticas atuais, ao aumento populacional e em função da crescente demanda energética. Assim, a biomassa surge como recurso alternativo em função da sua disponibilidade e potencialidade de transformação em produtos e biocombustíveis. A sua caracterização permite avaliar o seu potencial energético para adequar a aplicação em processos de conversão energética. Este trabalho tem como objetivo a caracterização energética das cascas dos frutos da Pachira aquatica Aubl. para avaliação do seu potencial energético para aplicação em processos de conversão termoquímica. A caracterização energética foi realizada a partir da determinação das caracterizações físico-químicas e térmica da biomassa, sendo realizada a análise imediata para a aferição do percentual de umidade (ASTM E 871-81), materiais voláteis (ASTM E 872-85) e cinzas (ASTM E 1755-01), além de carbono fixo, calculado por diferença; a análise elementar, para determinação do percentual de carbono, hidrogênio e nitrogênio; a determinação da densidade aparente (ASTM E 873-82); o teor de hemicelulose (FDA), celulose (FDN) e lignina (Klason); a análise termogravimétrica, utilizando balança termogravimétrica Q600 SDT da TA Instruments®; a espectroscopia na região do infravermelho, realizada em espectrofotômetro de infravermelho com transformada de Fourier; e pirólise analítica, a partir de um pirolisador acoplado a um cromatógrafo a gás. A biomassa do epicarpo dos frutos da Pachira aquatica apresenta-se como biomassa lignocelulósica contendo 6,58% de umidade, 76,90% de materiais voláteis, 5,57% de cinzas, 11,43% de carbono fixo, densidade aparente de 252,6 kg/m3 e poder calorífico superior de 16,24 MJ/kg. Apresenta, também, 18,62% de hemicelulose, 45,23% de celulose e 10,80% de lignina. Os compostos químicos identificados como produtos da pirólise rápida foram em sua maioria compostos oxigenados como fenóis e cetonas. A carboniziação do epicarpo dos frutos apresentou rendimento gravimétrico em carvão de 32,03%, em líquido pirolenhoso de 46,53% e em gases não condensáveis de 21,44%. Os resultados obtidos indicam que a biomassa proveniente das cascas dos frutos da Pachira aquatica apresenta-se como biomassa lignocelulósica potencial para aplicação em processos de conversão como a pirólise e a gaseificação, além demonstrar característica compatível para a produção de etanol de segunda geração.