Banca de DEFESA: ANDERSON BRITO DA SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ANDERSON BRITO DA SILVA
DATA: 13/12/2013
HORA: 12:30
LOCAL: Instituto do Cérebro
TÍTULO:

Revisitando a eletrocorticografia intra-operatória: Relevância das oscilações de alta frequência


PALAVRAS-CHAVES:

Epilepsia Mesial do Lobo Temporal, Eletrocorticografia, Prognóstico Cirúrgico, Lobectomia Temporal Anterior, Oscilações de Alta Frequência


PÁGINAS: 92
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Medicina
RESUMO:

As epilepsias são desordens neurológicas caracterizadas por crises espontâneas e recorrentes resultado de uma atividade elétrica anormal de uma determinada rede neural. Dentre os diferentes tipos de epilepsia, a epilepsia mesial do lobo temporal (EMLT) é a mais comumente observada em seres humanos, sendo frequentemente associada a esclerose hipocampal. Infelizmente, nem todos os pacientes se beneficiam do tratamento farmacológico (pacientes fármaco-resistentes) e tornam-se, portanto, candidatos ao tratamento cirúrgico, um procedimento de alta complexidade e elevado custo. Hoje, a lobectomia temporal anterior com amigdalo-hipocampectomia seletiva é a cirurgia de epilepsia mais frequentemente realizada. Entretanto, uma parcela significativa de pacientes continua a apresentar crises debilitantes mesmo após o tratamento cirúrgico. Assim, compreender o encéfalo epiléptico humano é fundamental no refinamento do tratamento cirúrgico com o objetivo de aumentar a eficiência desse procedimento terapêutico.

O objetivo da presente dissertação foi identificar e quantificar a ocorrência de atividade epileptiforme (espículas interictais, EI e oscilações de alta frequência, OAF) em registros eletrocorticográficos (ECoG) realizados durante procedimento cirúrgico em pacientes com epilepsia mesial do lobo temporal refratária ao tratamento farmacológico (protocolo aprovado pelo CEP / Unifesp; #1038/03). 

Registros ECoG (Nihon-Koden, 32 canais @ 1kHz) foram realizados na superfície do lobo temporal e no giro para-hipocampal em 3 momentos cirúrgicos: no córtex intacto, após lobectomia temporal anterior e após amigdalo-hipocampectomia (duração média de cada um desses registros: 10 min; N=17 pacientes). A ocorrência de EI e OAF foi quantificada automaticamente, por meio de rotinas em Matlab, e validadas visualmente. Frequência dos eventos (número de eventos/canal) em cada um dos tempos cirúrgicos foram correlacionadas com resultado cirúrgico quanto ao controle das crises. 

De um total de 8 h e 40 min de registro, 36.858 EI e 2.326 EAF foram identificadas. Os pacientes com melhor prognóstico cirúrgico apresentaram maior quantidade de OAF antes da cirurgia, porém não diferiram quanto a frequência, morfologia e distribuição de EI. A ocorrência de OAF no registro basal apresentou melhor desempenho que as EI na previsão do controle total das crises no pós operatório (EI: AUC = 57%, S = 70% , E = 71% vs OAF: AUC = 77%, S = 70%, E=100%). O mesmo foi observado com o parâmetro a variação da área irritativa entre os momentos pré- e pós-ressecção (EI: AUC = 54%, S = 60%, E = 71% vs OAF: AUC = 84%, S = 80%, E = 100%). Nesse caso, o classificador foi capaz de identificar todos os pacientes de pior prognóstico, apresentando apenas dois falsos positivos. 

O presente trabalho demonstra que as OAF podem ser encontradas no registro ECoG intra-operatório, na presença de anestésicos, em uma curta sessão de registro, juntamente com as EI. A observação de que a ocorrência desses eventos no início da cirurgia permite classificar o paciente quanto ao prognóstico cirúrgico é surpreendente e abre caminho para aplicar o ECoG intra-operatório, por exemplo, na decisão sobre o uso de tratamento farmacológico adjuvante ou da conversão para ressecções individualizadas. O mecanismo responsável por esse efeito ainda é desconhecido.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1721223 - ADRIANO BRETANHA LOPES TORT
Presidente - 1728817 - CLAUDIO MARCOS TEIXEIRA DE QUEIROZ
Externo à Instituição - LUCIANA PATRIZIA ALVES DE ANDRADE VALENÇA - UFPE

Notícia cadastrada em: 09/12/2013 10:03
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - (84) 3342 2210 | Copyright © 2006-2024 - UFRN - sigaa11-producao.info.ufrn.br.sigaa11-producao