Banca de DEFESA: BRUNA SILVA OLIVEIRA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : BRUNA SILVA OLIVEIRA
DATA : 25/11/2016
HORA: 14:00
LOCAL: Auditório do Departamento de Fisioterapia
TÍTULO:

COMPRIMENTO DE TELÔMERO E CURSO DE VIDA: RELAÇÕES COM CONDIÇÕES DE SAÚDE, MARCADORES INFLAMATÓRIOS E DESEMPENHO FÍSICO EM IDOSAS DA COMUNIDADE


PALAVRAS-CHAVES:

telômero; envelhecimento; epidemiologia; marcha; educação; inflamação


PÁGINAS: 122
RESUMO:

Introdução: o comprimento do telômero (TL) tem sido apontado como um possível biomarcardor do envelhecimento celular, pois ocorre encurtamento fisiológico e progressivo do seu comprimento com o decorrer das replicações celulares e com o envelhecimento. Adicionalmente a esse encurtamento fisiológico, a disfunção do TL também é favorecida pela exposição ao estresse oxidativo, inflamação e após o estresse psicossocial crônico. Estudos evidenciam associações entre o comprimento do TL e adversidades ao longo do curso da vida, doenças cardiovasculares, câncer, acidente vascular cerebral, obesidade, depressão e menor desempenho físico. Entretanto, ainda existe uma lacuna de conhecimento em populações especificas e peculiares como as mulheres idosas do nordeste brasileiro. Considerando que maior exposição ao estresse crônico e precárias condições socioeconômicas representam importante impacto sobre as condições de saúde de um indivíduo e que o Rio Grande o Norte (RN) pertence a uma região do Brasil menos favorecida socioeconomicamente, principalmente em relação ao nível de escolaridade, estudos sobre biomarcadores e curso de vida nessa população podem auxiliar na compreensão de fatores biológicos envolvidos com prejuízos à saúde. Objetivos: 1) explorar evidências sobre associações entre estresse crônico durante o curso de vida e comprimento de TL por meio de revisão sistemática; 2) analisar possíveis associações entre comprimento de TL e adversidades na infância (social e econômica) em uma população de mulheres idosas com diferentes níveis de educação; 3) avaliar se o comprimento do TL está relacionado com doenças crônicas e biomarcadores sanguíneos alterados em mulheres idosas; e 4) verificar se telômeros mais curtos estão associados com pior desempenho físico e maior auto relato de limitações funcionais. Materiais e métodos: foi desenvolvida uma revisão sistemática seguindo protocolo publicado em 2014. Em paralelo, realizou-se um estudo observacional analítico de caráter transversal com uma amostra de mulheres (n=106) com idade entre 64-74 anos e residentes no Município de Natal/RN. Os dados foram coletados no período de maio de 2014 a março de 2015. O comprimento relativo de TL de leucócitos foi medido por meio da qPCR em tempo real em 83 mulheres com diferentes níveis de escolaridade: médio incompleto (n=42) e médio completo ou mais anos de estudo (n=41). O questionário padronizado incluiu informações sociodemográficas, adversidades na infância, medidas antropométricas, auto relato de saúde, função cognitiva, hábitos de vida, condições crônicas, capacidade funcional e desempenho físico (short physical performance battery, velocidade da marcha, teste de levantar/sentar da cadeira e força de preensão manual). Foram coletadas também variáveis bioquímicas, incluindo biomarcadores inflamatórios (interleucina-6 e proteína c reativa). A análise dos dados foi realizada por meio do programa estatístico SPSS versão 20. Foi considerado p<0,05 e intervalos de confiança de 95%. Para verificar a normalidade dos dados foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov. Como o comprimento relativo de TL apresentou distribuição não normal, a transformação da medida em logaritmo natural foi realizada para as análises subsequentes. Para comparar médias e frequências das variáveis entre os grupos educacionais foram utilizados teste t ou qui-quadrado. Foram realizados modelos de regressão linear múltipla spline para análise da associação entre TL e adversidades na infância ajustadas pelos potenciais fatores de confusão (idade e abuso de álcool pelos pais). Para verificar associações independentes entre o comprimento de TL com as variáveis bioquímicas e as variáveis de desempenho físico foram realizados modelos de regressão linear ajustados pelos seguintes fatores: idade, educação e experiência de adversidades na infância. Resultados: na revisão sistemática os resultados foram relatados de acordo com o Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses. Dezoito estudos publicados até 01 de maio de 2015 investigaram a associação entre estresse social crônico, caracterizado por pobreza, exposição à violência e cuidar de familiar doente e comprimento dos telômeros. No geral, indivíduos expostos ao estresse crônico apresentaram telômeros mais curto em relação aos indivíduos não expostos às adversidades. As análises do estudo transversal mostraram que as idosas com menos anos de estudo apresentaram maior comprimento de TL em comparação com o grupo de alta educação (2.8 ± 0.9 e 2.0 ± 0.9, respectivamente; p = 0,0001). As mulheres que não concluíram o ensino médio foram expostas a mais adversidades na infância, e entre estas, as que sofreram duas ou mais adversidades apresentavam TL mais longo do que as mulheres expostas a ≤1 adversidades (p = 0,03); entre as mulheres com no mínimo o ensino médio de grau de escolaridade ou mais anos de estudo, essa diferença não foi significativa (p = 0,49). Em análises ajustadas por idade, escolaridade e abuso parental de álcool, a tendência linear de maior TL com maior número de adversidades foi confirmada (p = 0,02) e a média da diferença no comprimento do TL entre os grupos educacionais permaneceu significativa (p = 0,002). Não observou-se diferença entre os grupos educacionais em relação as variáveis bioquímicas (colesterol, triglicérides, hemoglobina glicada, proteína c reativa ou interleucina-6) (p>0,05). Condições crônicas, medidas antropométricas, fatores de risco cardiovasculares e marcadores inflamatórios não foram associados com o comprimento do TL, mesmo após o ajuste para idade, escolaridade e adversidades na infância (p>0,05). Igualmente, o comprimento de TL não foi relacionado com nenhuma das variáveis utilizadas para avaliar o desempenho físico e a capacidade funcional (p>0,05) nem após ajuste pelas variáveis: idade, nível educacional e experiências de adversidades na infância. Conclusões: A relação positiva inesperada entre menor escolaridade e adversidades na infância com TL na nossa amostra sugere que os participantes sobreviveram a duras condições de vida e que provavelmente essas mulheres têm o TL mais longo em relação ao daquelas de sua coorte de nascimento. A ausência de relação entre comprimento de TL e doenças crônicas, risco cardiovascular, inflamação e desempenho físico não deu suporte à hipótese de que o TL é um bom biomarcador do envelhecimento na população em estudo.


MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 1195933 - ANA CAROLINA PATRICIO DE ALBUQUERQUE SOUSA
Externo à Instituição - DANIELE SIRINEU PEREIRA - UNIFAL-MG
Externo à Instituição - FLORENCIA MARIA BARBE-TUANA - UFRGS
Externo ao Programa - 6346130 - MARIA BERNARDETE CORDEIRO DE SOUSA
Presidente - 350637 - RICARDO OLIVEIRA GUERRA
Notícia cadastrada em: 07/11/2016 14:25
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