A CONSTITUIÇÃO ONTOLÓGICA DO SER: O IMPESSOAL E A TÉCNICA EM MARTIN HEIDEGGER
Ser. Dasein. Impessoal.Técnica. Produção técnica.
A presente pesquisa, realizada no campo da metafísica, tem a intenção de apresentar conceitos que são fundamentais para se pensar o agora do nosso mundo, e de como esse pensar não é somente uma tarefa filosófica, mas determinante para a própria filosofia. Nesse sentido, procurou-se investigar por meio de uma fundamentação ontológica da tecnologia da informação e uma analítica existencial do ser expressa em Ser e Tempo, demonstrar o relacionamento perdido entre o homem e o pensamento meditativo que revela a essência do ser. Nosso trabalho aborda as dificuldades que o homem contemporâneo encontra para habitar o mundo técnico e para se relacionar com o ser do ente. No mundo técnico, o homem se desfez da capacidade de se demorar junto às coisas, de se aprofundar nos dizeres do ser, nas essências, dessa maneira, o ser segue irrefletido. Por isso, Heidegger nos orienta para a importância do relacionamento com a essência da técnica, da poíesis enquanto forma de produção, que se preocupa e se relaciona com o que é produzido. Na primeira parte do nosso trabalho, abordarmos a questão da necessidade apresentada por Heidegger de se compreender o sentido do ser e da relação do homem com o ser, a compreensão dos modos de ser na forma do ser-com, ser-junto, ser-em e o ser-cotidiano, o impessoal. Em sua obra de 1927, Ser e Tempo, Heidegger inicia uma análise que tem por objetivo compreender o sentido do ser e, por meio da existência ou Dasein encontra uma oportunidade de desocultar o ser do ente. O Dasein é o único ser que sendo compreende algo como o próprio ser. No cotidiano ser-um-com-outro, o ser se mantem quase sempre sobre o domínio do impessoal. O ser cotidiano é assumido pelo impessoal que se deixa guiar pela falação, ambiguidade e curiosidade, que foge da sua possibilidade sempre possível de morrer e, por isso, cai em decadência. O domínio do impessoal impossibilita a compreensão do ser próprio, autêntico, dessa maneira, devemos buscar ouvir o apelo do ser próprio para assim, resgatá-lo da impessoalidade. Na segunda parte do nosso trabalho, apresentamos a compreensão heideggeriana acerca da técnica impressa na conferência proferida por Heidegger em 1953, A questão da técnica. Onde se estabelece a necessidade de se pensar à técnica e a importância de se relacionar com a sua essência. Neste capítulo, abordaremos a técnica em seu modo de produção como poíesis e o produzir da técnica atual, discutiremos o mundo técnico no que concerne a linguagem técnica, pensamento calculador, o conceito de informação, a techne, a Gestell e a relação entre a técnica e o impessoal. Apresentaremos ainda, a importância de se atentar para o perigo salvador e para a compreensão da serenidade como uma oportunidade que nos situa a escuta do essencial do ser. A serenidade é uma ação meditativa impulsionada por um querer superior que nos direciona para o apelo do ser real. Nesse sentido, buscaremos demonstrar por meio do pensamento heideggeriano, a importância de se relacionar com a essência da técnica e a necessidade do relacionamento próprio entre ser/homem, para tanto, devemos retornar ao pensamento que pensou o ser e compreender que ainda não pensamos propriamente.