Significação não-natural e implicaturas: o projeto de Herbert Paul Grice
Significação; comunicação; implicatura; pragmática.
Este trabalho irá discorrer sobre a visão de Herbert Paul Grice com relação à linguagem e ao processo de comunicação. Grice é mais conhecido por sua separação entre significação natural e significação não natural, onde a primeira trata de uma conexão natural entre fatos e a segunda de convenções que associam entidades e/ou fatos sem relações naturais entre si, sendo está última o que possibilita a comunicação humana. Ele divide a significação não natural em quatro tipos: significação atemporal, significação atemporal aplicada, significação de ocasião e significação do locutor. Apesar disto, a maior parte da literatura foca apenas na sua definição de significação do locutor, marginalizando as demais. Este fato influi no modo como sua teoria das implicaturas conversacionais é analisada. A teoria das implicaturas é muitas vezes abordada sem que se trace uma relação entre ela e o resto do pensamento griceano sobre linguagem e comunicação. Deste modo, pretendemos elucidar que tanto a significação do locutor quanto as implicaturas são partes daquilo que o próprio Grice chamou de “um projeto mais amplo”. Ao mostrarmos as ideias de Grice unidas por um mesmo enquadramento, iremos mostrar porque as implicaturas conversacionais devem ser entendidas como uma explicação sobre asignificação de ocasião, deste modo, esclarecendo como essas ideias laçam luz sobre a distinção entre semântica e pragmática.