A POSSIBILIDADE DA FELICIDADE EM SCHOPENHAUER
Vontade. Felicidade. Negação da Vontade. Sabedoria de vida
O presente trabalho tem por objetivo analisar o entendimento de felicidade proposto pelo filósofo alemão Arthur Schopenhauer. De cunho bibliográfico, esta pesquisa é feita a partir da coleta indireta de dados, cujas fontes principais consultadas foram os escritos do próprio filósofo, especialmente O mundo como vontade e como representação, tomo 1, e Aforismos para a sabedoria de vida. Também recorremos a alguns dos comentadores que, na tradição brasileira de estudos schopenhauerianos, abordam tal temática. Este estudo traz uma análise na perspectiva de Schopenhauer sobre a noção de que a vida é de sofrimento, ainda aborda a questão da superação do sofrimento pela negação da Vontade e identifica à noção de felicidade obtida pela sabedoria de vida. O filósofo postula que a vida é de sofrimento, isto significa dizer que todos estão sofrendo em qualquer situação que se encontre. A fonte do sofrimento interminável trata-se da essência em si do mundo, essência essa entendida pelo filósofo como sendo a Vontade. Para o filósofo a Vontade é uma essência autodiscordante e insaciável que expressa esse caráter em cada indivíduo. Assim, o sofrimento é uma expressão da Vontade. O sofrimento trata-se da travação da Vontade, travação essa em que a Vontade impede a si mesma de realizar seus fins em cada indivíduo. Mesmo que a vida seja de sofrimento podemos perceber uma superação do sofrimento pelo acontecimento da negação da Vontade, acontecimento esse em que a Vontade em alguns indivíduos não prefere mais afirmar a vida mediante a renúncia aos prazeres. Também podemos perceber uma felicidade mediante a obtenção de um determinado caráter. Deste modo, surge a questão de compreender a possibilidade da felicidade em Schopenhauer. O que primeiramente podemos observar é que a satisfação ou felicidade é entendida de modo negativo, ou seja, é apenas ausência momentânea de alguma dor. Podemos perceber ainda um estado de superação do sofrimento, estado esse em que o sujeito se torna indiferente à dor.