UMA LEITURA STRAUSSIANA DO TEETETO, 152a
Escrita entre linhas. Exoterismo. Leo Strauss. Platão. Teeteto.
Este trabalho examina a possibilidade de que Platão esteja atacando um homem de palha no Teeteto, 152a, quando Sócrates explica o dito de Protágoras de que “o homem é a medida de todas as coisas” como sendo expressão de um relativismo vulgar que iguala o conhecimento à mera percepção. Parte da sugestão de Leo Strauss de que os grandes escritores do passado fizeram uso de uma técnica peculiar, que ele denomina metaforicamente de “escrita entre linhas”, visando defender suas ideias heterodoxas da perseguição política, enquanto expressam abertamente ideias conformadas às opiniões amplamente aceitas na sociedade. Busca demonstrar que a sugestão de Strauss é válida e que na maior parte da história da filosofia essa possibilidade foi aceita amplamente e só recentemente esquecida. Busca clarificar a sugestão de Strauss e extrair regras mínimas que possam ser aplicadas na leitura do trecho citado do Teeteto. Considera ao final que uma leitura entre linhas do citado trecho pode indicar que a hipótese examinada está correta.