Banca de QUALIFICAÇÃO: ADRIANA APARECIDA DE SOUZA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ADRIANA APARECIDA DE SOUZA
DATA: 15/08/2011
HORA: 09:00
LOCAL: Auditório D do CCHLA
TÍTULO:

VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR E SUAS CONSEQUÊNCIAS NO DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS


PALAVRAS-CHAVES:

Desenvolvimento da aprendizagem; Violência intrafamiliar; Educação punitiva.


PÁGINAS: 100
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Sociologia
RESUMO:

A sociedade brasileira apresenta na primeira década do século XXI, um alto índice de violência contra crianças praticada no âmbito familiar, o Instituto de Pesquisa e Estatística Aplicada (IPEA) (2003) vinculado ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão do Brasil, informa que 84% dos abrigamentos[1] decorrem de violência infringida pelos responsáveis pela criança. Quando articulamos tais dados com o índice de desenvolvimento da educação básica vemos que a violência intrafamiliar pode ser uma das causas do baixo rendimento da aprendizagem apresentado por crianças brasileiras. O Rio Grande do Norte é um dos Estados de mais baixo índice de desempenho escolar no país, daí advém a preocupação de fazermos uma pesquisa direcionada para a verificação dessa problemática, articulando violência intrafamiliar e desenvolvimento da educação básica, na cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte. Objetiva-se promover o debate acadêmico e científico em torno da violência intrafamiliar, especificamente, a violência praticada pelas mães contra seus filhos e suas possíveis conseqüências para o rendimento escolar das crianças. Parte-se de uma análise qualitativa dos dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) para a partir deles selecionar as escolas da rede municipal de ensino da cidade de Natal/RN a serem visitadas, observando aquelas de menor e de maior rendimento escolar para a amostra. A trajetória metodológica da pesquisa se insere no que podemos dimensionar como pesquisa de natureza qualitativa, sem desprezo dos dados quantitativos, com foco de abordagem na pesquisa-ação por esta demandar envolvimento com o espaço e os sujeitos da pesquisa, possibilitando um trabalho com finalidade social. O desenvolvimento teórico da pesquisa ocorrerá concomitante à pesquisa de campo, visando a inserção da pesquisa neste campo – as escolas municipais de Natal/RN que serão selecionadas para a amostra. Os sujeitos serão os técnicos e professores envolvidos no processo educativo nas escolas e as crianças ali matriculadas. A seleção das escolas para a amostra da pesquisa obedecerá a três critérios: atender crianças de 6 a 11 anos; estar entre as de mais baixo e mais alto rendimento escolar de acordo com os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), nos últimos dois anos; e serem vinculadas administrativamente ao município de Natal/RN. No primeiro momento faremos um pré-teste dos instrumentos que serão utilizados na pesquisa. Em seguida promovermos um encontro para apresentação da pesquisa para sermos autorizadas pela Direção da Escola, solicitaremos aos profissionais técnicos de uma das escolas selecionadas para a amostra, que respondam a um questionário com questões abertas e fechadas sobre a temática, qual seja, reconhecimento da violência intrafamiliar sofrida por alunos daquela escola. O questionário terá como parâmetro as seguintes questões: Qual o significado dado pela escola à violência intrafamiliar ou doméstica? Como a escola reconhece a criança que sofre violência intrafamiliar? O que faz quando reconhece? Como faz e como atende à criança? A quem a escola recorre quando o problema se agrava? Como recorre? Como informa aos responsáveis pela criança? Aos professores solicitaremos que escrevam uma carta para os pesquisadores sobre os casos por eles já vivenciados, nos últimos dois anos, que denotem violência intrafamiliar, delineando como foi possível observar (os sinais da violência) e como eles agiram diante da criança e, como ela reagiu. Informando também, o desempenho escolar desta criança depois do que foi observado. Às crianças, solicitaremos que desenhem em um papel específico para tal, como elas são educadas: quando fazem coisas certas e quando fazem coisas erradas e em outro que desenhem quem as educa. De posse deste material, analisaremos a viabilidade destes instrumentos antes de procedermos à aplicação nas demais escolas da amostra. Após a coleta de dados nas demais escolas procederemos à análise e interpretação dos dados à luz das teorias que dão sustentação à temática. Em campo organizaremos encontros de capacitação nas escolas sobre violência intrafamiliar e como identificá-la na escola, promoveremos estudos em grupo com os professores e indicaremos leituras que tratem do assunto. Esperamos que os resultados e os estudos resultantes desta pesquisa sobre a temática da violência intrafamilar tornem-se relevantes por contribuir com resoluções de questões que vão além das causas da prática da violência e enveredam por suas conseqüências no desenvolvimento da aprendizagem das crianças e consequentemente, no processo de socialização da sociedade brasileira.

 


[1] No Estatuto da Criança e do Adolescente, o abrigamento em entidade é definido como uma medida de proteção. Sendo assim, as instituições que oferecem programas de abrigo atendem crianças e adolescentes que tenham seus direitos violados e que, em razão disso e pela especificidade do caso, necessitem ser temporariamente afastados da convivência com suas famílias. Funciona, assim, como moradia alternativa até o retorno à família de origem ou até a colocação em família substituta. E a decisão do encaminhamento de crianças e adolescentes ao abrigo é da Justiça da Infância e da Juventude ou dos Conselhos Tutelares, sendo, neste caso, necessário o conhecimento do Judiciário. (IPEA. 2006; p. 36)


MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 2177480 - HERCULANO RICARDO CAMPOS
Presidente - 345835 - JOSE WILLINGTON GERMANO
Interno - 346708 - VANIA DE VASCONCELOS GICO
Notícia cadastrada em: 08/08/2011 11:58
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