APROFUNDAMENTO DO NEOLIBERALISMO E DESMONTE DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL: AVANÇO DA BURGUESIA IMPERIALISTA E PRECARIZAÇÃO DA CLASSE TRABALHADORA NOS GOVERNOS TEMER E BOLSONARO
Neoliberalismo. Temer. Bolsonaro. Políticas Públicas. Reforma Trabalhista. Reforma da Previdência.
O projeto neoliberal ascende na América Latina desde meados dos anos 1970 e até o presente momento histórico do Estado brasileiro, teve seu auge nos Governos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e, mesmo que não tenha sido abandonado por completo nos Governos do Partido dos Trabalhadores (PT), de 2003 a 2016, volta a expressar-se de maneira mais aberta no Governo de Michel Temer (2016-2018), selando com um caráter conservador sob a presidência de Jair Bolsonaro (2019-). Essa tese tem como debate central o aprofundamento do neoliberalismo no Estado brasileiro, tendo como foco o desmonte das políticas públicas, fundamentalmente o desmantelamento das relações trabalhistas iniciadas pelo Governo de Temer e aprofundadas com o Governo Bolsonaro, sob o foco do golpe fatal à seguridade social brasileira e as consequências em longo prazo para a classe trabalhadora. É neste sentido que este estudo parte da hipótese de que, contemporaneamente, sob a atual configuração das necessidades de acumulação do capital estéreo, há uma intensa restritividade e desmonte de políticas públicas – fundamentalmente aquelas relacionadas aos custos de reprodução da força de trabalho e de sobrevivência dos trabalhadores inativos. A retirada paulatina de direitos dos trabalhadores alinhada a um conservadorismo na política passa a ser o atual instrumento de dominação capitalista. A par desta hipótese, levantamos o seguinte problema de investigação: como, na atual fase do capitalismo, sob a hegemonia do capital financeiro, Estado e as burguesias atuam conjuntamente como forma de manter o processo de acumulação capitalista? Sob o tema, debatemos como as reformas trabalhistas e da previdência – que evidenciam este desmantelamento das políticas públicas – dos governos Temer e Bolsonaro são produtos de uma nova onda mundial de avanço da burguesia imperialista, liderada pela fração bancária. Como objetivo geral, esta tese consiste em apresentar uma análise de conjuntura a partir do golpe institucional de 2016 e da reascensão do ideário neoliberal ortodoxo com os governos Temer e Bolsonaro a partir de uma análise as reformas das políticas públicas, em centro, as que atingem diretamente a classe trabalhadora, as reformas trabalhistas e da previdência. A partir de uma perspectiva materialista histórica dialética, observando o modo de produção capitalista de uma forma ampliada, partimos da discussão teórica geral fundamentada na perspectiva marxista, discorremos sobre a hegemonia do ideário neoliberal e do capital financeiro na maior parte das formações sociais na América Latina, com foco no Brasil, alcançando uma análise de conjuntura do conflito de classes nas contra-reformas das políticas públicas que retiram direitos dos trabalhadores, em centro a reforma trabalhista e da previdência, e o legado para a classe trabalhadora.