Eles não usam Lattes: precarização e invisibilidade social nos trabalhadores terceirizados da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Terceirizados; Universidade; Invisibilidade Social; Aporofobia.
O presente trabalho investiga os processos de precarização e invisibilidade social dos trabalhadores terceirizados da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e como ambos se retroalimentam. Partimos de uma bibliografia crítica sobre o tema do trabalho (MARX) e sua flexibilidade (HARVEY; ANTUNES; MÉSZÁROS) na sociedade contemporânea marcada pela aporofobia (CORTINA), buscando em conjunto com relatos dos próprios trabalhadores a compreensão do fenômeno. O trabalho externo de limpeza em universidade é invisibilizado (COSTA), mas investigamos aqui como isso se dá com trabalhadores que compartilham os mesmos espaços internos, observando um caso de extrema separação entre trabalho intelectual e manual. Separação operada e observada a partir do cotidiano (HELLER; GOFFMAN; MARTINS; SENNET). Entendemos, por fim, que o locus da universidade deve ser considerado como elemento fundamental na investigação dentro do par conceitual universidade-organização e universidade-instituição (CHAUÍ), pois produz e reproduz determinadas teorias e ideias (EAGLETON; HARVEY; JAMESON) que afetam a vida social da comunidade acadêmica na qual os trabalhadores aqui estudados estão, paradoxalmente, incluídos através da exclusão.