Banca de QUALIFICAÇÃO: DIEGO FREIRE MARTINS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : DIEGO FREIRE MARTINS
DATA : 16/04/2021
HORA: 14:00
LOCAL: Plataforma Zoom
TÍTULO:

Entre cerceamentos e liberdades: experiências urbanas na mobilidade de crianças na cidade de Quixadá, Ceará


PALAVRAS-CHAVES:

Mobilidade Ativa. Mobilidade Independente de Crianças. Percepção Ambiental. Relações afetivas. Vinculação com o Lugar.


PÁGINAS: 241
RESUMO:

Ao longo de décadas tem sido registrado o aumento da mobilidade motorizada e individual como principal modal de deslocamento, sobretudo, em grandes centros urbanos de países emergentes como o Brasil. Esse cenário tem causado efeitos negativos em dimensões socioeconômicas e socioambientais. A partir de um recorte etário dessa problemática, a criança tem aparecido como sujeito gradativamente mais dependente do adulto, invisibilizada nos processos decisórios da vida pública, considerada a cidadã do futuro e não do hoje e confinada em ambientes privados sob o argumento de segurança e bem-estar. Seus deslocamentos são vertiginosamente mais motorizados, raramente independentes (sem supervisão direta de adultos) e vivenciados através de vidros em “ilhas privadas”, na qual o espaço público é apenas passagem. Essas relações têm impactado diretamente no desenvolvimento social, emocional, mental e espacial delas. Há diversos estudos que centralizam essa discussão no contexto de cidades metropolitanas de países desenvolvidos. Entretanto, há uma lacuna sobre pesquisas relacionadas aos núcleos urbanos não metropolitanos do eixo sul do globo para demonstração das experiências de mobilidade de crianças em termos quantitativos e qualitativos. Nesta pesquisa o universo de estudo foi o município de Quixadá, localizado na região do Sertão Central Cearense, reconhecido como centro sub-regional em razão da concentração de comércio/serviços e como pólo regional de convergência do ensino superior. Assim, o objetivo foi discutir as relações criança-cidade à luz das experiências de mobilidade urbana nos trajetos casa-escola-casa em Quixadá/CE e seus (des)estímulos ao transporte ativo e independente. Estruturamos o percurso metodológico em (1) revisão de literatura sobre mobilidade urbana de crianças, com enfoque nos modais ativos e independentes (KYTTÄ, 2004; OLIVEIRA, 2004) e nas experiências urbanas (SANTOS, 1996; LIMA, 1989) através da percepção ambiental (DEL RIO, 1996; ITTELSON, 1978; LYNCH, 1982) e do estudo das relações afetivas na vinculação ao lugar no contexto das inter-relações pessoa-ambiente (GIULIANI, 2003; SAWAIA, 2001a, 2001b; TUAN, 2012, 2013) como base para uma ação-transformação ética e política na cidade. Como operacionalização, desenvolvemos o Estudo de Caso de caráter exploratório com a (2) caracterização de aspectos sociofísicos dos trajetos por meio de mapeamentos, observações em campo e registros fotográficos. Posteriormente, (3) aplicamos questionários para pais/responsáveis e realizamos entrevistas estruturadas e mapas afetivos com crianças de 8 a 11 anos em três escolas públicas. Para leitura dos resultados dividimos as experiências a partir do modal e acompanhamento: subgrupo 1 (mobilidade ativa e independente), subgrupo 2 (mobilidade motorizada e independente), subgrupo 3 (mobilidade ativa e dependente) e subgrupo 4 (mobilidade motorizada e dependente). Até esta etapa de qualificação, registramos que 73% das crianças participantes realizaram trajetos com modais ativos e 39% do total teve alguma experiência de mobilidade autônoma. Parte dos pais/responsáveis se mostrou resistente à mobilidade ativa e, mais ainda, às deslocações independentes em razão das distâncias, violência urbana, medo de desconhecidos, trânsito e condições das calçadas. O ambiente sociofísico foi percebido positivamente, sobretudo por crianças do subgrupo 1. Esse ambiente demonstrou ter elementos que favoreceram a vida pública. As características que potencializaram foram as configurações da malha, quadras, usos do solo, legibilidade, rede de vizinhança, qualificações positivas e indícios de conhecimento ambiental sólido pelas imagens mentais. Identificamos a existência de vinculação das crianças com os trajetos principalmente nos subgrupos 1 e 3, em menor medida nas crianças do subgrupo 2 seguida do subgrupo 4. As relações simbólicas têm transformado os espaços em lugares, favorecendo a adoção de deslocamentos ativos para além do casa-escola-casa.


MEMBROS DA BANCA:
Interna - 1149643 - GLEICE VIRGINIA MEDEIROS DE AZAMBUJA ELALI
Interna - 783.827.344-72 - NATALIA MIRANDA VIEIRA DE ARAUJO - UFPE
Interna - 2306271 - VERONICA MARIA FERNANDES DE LIMA
Externa à Instituição - GISELLE ARTEIRO NIELSEN AZEVEDO - UFRJ
Notícia cadastrada em: 15/03/2021 18:40
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