A FORMA DO PRIVILÉGIO: RENDA, ACESSIBILIDADE E DENSIDADE EM NATAL-RN.
Morfologia Urbana; Sintaxe Espacial; Acessibilidade; Renda; Densidade
Este trabalho tem como objetivo compreender a expressão morfológica da ocupação do solo pelas camadas de alta renda apoiado nos padrões de distribuição da população segundo faixas de renda e densidade demográfica, assim como, da acessibilidade topológica (HILLIER e HANSON, 1984) resultante da estrutura da malha urbana de Natal – capital do Estado do Rio Grande do Norte e universo de estudo da presente pesquisa –, buscando a partir da relação entre esses padrões, identificar um princípio organizador do funcionamento de seu espaço intra-urbano. Para tanto, são utilizados dados censitários e sintáticos no mapeamento e análises espaciais dos padrões da renda, acessibilidade topológica e densidade demográfica em Sistemas de Informação Geográfica – SIG. Ao princípio organizador deu-se o nome de A Forma do Privilégio: uma determinada forma que concentra ou tende a concentrar riqueza, acessibilidade topológica e baixa densidade demográfica. Com o objetivo de testar seu alcance, além de Natal-RN, aplicou-se esse princípio em outras capitais nordestinas: Fortaleza-CE, Teresina-PI, Aracaju-SE, Recife-PE e João Pessoa-PB. Os resultados apontam que suas estruturas urbanas não são indiferentes ao princípio da Forma do Privilégio, no entanto, Natal é o exemplo emblemático da Forma do Privilégio, fato que demonstra o caráter perverso de seus processos espaciais, que ao criarem historicamente uma área privilegiada na cidade, marcada pela apropriação da acessibilidade topológica pelas camadas de alta renda, ao mesmo tempo e pelo mesmo processo, excluem a maior parte da população, exatamente aquela que mais necessita dos frutos e benefícios oriundos da forma urbana.