Trabalho na atenção primária à saúde sob a luz da interprofissionalidade no contexto da pandemia da COVID-19
Atenção Primária à Saúde, Educação Interprofissional, COVID-19
A complexidade dos entraves no contexto da assistência em saúde e a necessidade de tornar trabalhosos sistemas mais responsivos às demandas dos cidadãos desencadeiam debates sobre as formas mais adequadas de organização do cuidado em saúde. Para tanto, a partir do cenário pandêmico em decorrência da COVID-19, foram evidenciadas maiores demandas e práticas em saúde, aumentando a sobrecarga de trabalho e a complexidade das atividades em saúde, criando também um contexto de instabilidade e vulnerabilidade. Por isso, faz-se necessário compreender estas mudanças e assim, traçar meios de efetivar o trabalho colaborativo e integrado, a partir do estabelecimento de um diálogo interdisciplinar, respeitando a autonomia dos usuários. Este estudo tem como objetivo geral analisar os impactos da pandemia de COVID-19 no trabalho interprofissional das equipes da Atenção Primária à Saúde. Trata-se de um estudo exploratório, descritivo de abordagem qualitativa, que terá como campo de investigações as Unidades Básicas de Saúde da Família do município de Campina Grande, Paraíba. A amostra do estudo foi composta pelas equipes de saúde vinculadas à ESF. A coleta de dados ocorreu entre os meses de janeiro a abril de 2022. A análise de conteúdo foi baseada em Bardin, com auxílio do software Atlas ti. Esta pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA/UFRN) e aprovada sob o CAAE de número 54029521.0.0000.5568. A partir da análise de conteúdo, através do gerenciamento de dados por meio do Atlas ti., foi realizado o processo de codificação das entrevistas, que gerou 4 categorias de códigos, sendo as seguintes: competências interprofissionais, consequências da pandemia da COVID-19, gestão e gerenciamento, organização do processo de trabalho. As categorias revelam que as principais atividades afetadas pela pandemia são as atividades de promoção, prevenção e vigilância em saúde. Nessa perspectiva, esse fator reverberou diretamente nas práticas colaborativas dos profissionais e, consequentemente, no desenvolvimento do trabalho interprofissional, o que impactou diretamente na resolubilidade e na qualidade da assistência prestada.