EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE MENTAL E PRÁTICAS INTEGRATIVAS GRUPAIS: AMOROSIDADE E EMPODERAMENTO NA PRODUÇÃO DE CUIDADO ENTRE MULHERES DO SERIDÓ POTIGUAR
Mulheres. Saúde Mental. Práticas Integrativas. Educação Popular. Grupo.
A política de saúde mental no Brasil, institui a necessidade de uma prática de cuidado de base territorial e comunitária que supere a lógica manicomial de isolamento e exclusão da loucura. Neste contexto, o debate sobre gênero e saúde mental ainda é incipiente, o que nos impulsionou a buscar, por meio do exercício da coletividade e da amorosidade nas práticas de saúde, ampliar a discussão do cuidado dando visibilidade a essas mulheres.Assim, o objetivo da pesquisa é analisar a repercussão das práticas integrativas grupais entre mulheres em sofrimento psíquico a partir de um grupo de dançaterapia com usuárias do Espaço TERAPICS em Currais Novos-RN, região do Seridó Potiguar. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, lançando mão da pesquisa intervenção e perspectiva metodológica da Análise Institucional e dos Círculos de Cultura, que dialogam entre si por partirem de uma prática horizontalizada de pesquisa, centrada nas ações e nos discursos dos atores envolvidos. Utilizamos o diário de campo, a análise documental e os círculos de cultura para a coleta dos dados, que serão analisados pelo olhar da análise de implicação, entendendo que pesquisa e intervenção são inseparáveis, e o campo é feito pelos sujeitos da pesquisa e também pelo pesquisador. Ao longo do estudo, as participantes sinalizaram que os encontros que ocorriam entre elas durante os grupos terapêuticos e fora deles, se configuravam como espaços de produção de vida e de cuidado coletivo, independente da presença do profissional de saúde. Alçamos assim, alguns questionamentos no tocante a produção de vida em um grupo de mulheres em sofrimento psíquico, a partir de ações pautadas no referencial teórico da educação popular, no diálogo, na amorosidade e no incentivo a autonomia dos sujeitos. Incitamos a discussão sobre o impacto das práticas integrativas grupais e dos novos modos de cuidado na relação entre feminino e saúde mental.