Caracterização molecular aplicada à identificação de perfis de expressão em leiomiossarcoma uterino com uso da transcriptômica e proteômica
leiomiossarcoma uterino, imunoproteasoma, matriz extracelular, oncologia de precisão, biomarcadores, alvos terapêuticos.
O sarcoma uterino é um tumor maligno de evolução clínica agressiva e que representa em torno de 3-7% de todas as neoplasias uterinas malignas. O leiomiossarcoma uterino (uLMS), é o subtipo, de origem mesenquimal, mais comum de sarcoma uterino. O diagnóstico do uLMS ocorre ao acaso ao se realizar histerectomia para leiomiomas – tumores benignos – e confirmado por características histopatológicas como atipia celular, índice mitótico e necrose de células tumorais. Do ponto de vista molecular, desenvolver estudos eficazes para buscar biomarcadores de diagnóstico do uLMS é um desafio devido à heterogeneidade molecular do tumor e escassez de amostras. O estudo do uLMS ajudará a encontrar assinaturas moleculares exclusivas nas células malignas e relacionar essas informações com as características clínicas. Nosso objetivo é caracterizar os perfis de expressão gênica e proteica bem como investigar potenciais genes relacionados a malignidade em amostras do uLMS. Nossos resultados preliminares apontam um perfil de expressão proteica diferencialmente expressa entre 3 subtipos do grupo tumoral. Além disso, o gene PSMB9 (MIM:177045), também conhecido como LMP2, se encontrou superexpresso e com valores heterogêneos de expressão gênica no grupo uLMS. Os grupos de quartis não mostraram diferença significativa entre os valores de expressão de PSMB9 altos e baixos no tempo de sobrevida de 3 e 5 anos. No entanto, a presença de linfócitos infiltrantes tumorais (TILs) CD8+ contribuiu para o reconhecimento de células tumorais e da resposta do sistema imune. Essa presença foi observada devida a diferenças significativas associadas à melhor sobrevida ao considerar a razão CD8+/PSMB9 no tempo de sobrevida de 3 anos. Além disso, a predição da diminuição de expressão do PSMB9 a nível de proteína mostrou, juntamente com um proto-oncogene tirosina-proteína quinase (SRC), uma inibição da via da matrix extracelular (ECM). Esses achados contribuem para o entendimento da resposta imune bem como as interações celulares da ECM no uLMS. Em conjunto, nossa análise mostrou que a infiltração de células T CD8+ e níveis de PSMB9 sugere uma análise mais aprofundada em relação a estudos translacionais para terapias imunes.