Risco poligênico para esquizofrenia: Do Paleolítico à Idade do Bronze
Esquizofrenia, aDNA, PRS, GWAS
A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico grave com herdabilidade em torno de 70% que interfere fortemente na forma como o indivíduo percebe o mundo, invariavelmente gerando dificuldades de sociabilidade com implicação historicamente negativa para o fitness do indivíduo. Apesar disso uma alta prevalência em torno de 1% é reportada globalmente. Graças à realização de grandes estudos de GWAS e o desenvolvimento de scores poligênicos, a herança poligênica de transtornos psiquiátricos especialmente a esquizofrenia passou a ser melhor compreendida e ganhado relevância clínica na predição de fenótipos. Ao mesmo tempo em que uma década de acúmulo de dados de sequenciamento de DNA antigo nos permitem analisar cortes maiores, o estudo da história evolutiva da esquizofrenia e outros transtornos psiquiátricos se faz possível. Neste trabalho calcularemos escores poligênicos para esquizofrenia de pelo menos 700 genomas antigos completos sequenciados datando entre 1.500 e 45.000 anos, a fim de buscar sinais de seleção os escores serão comparados com um modelo nulo por deriva genética. Os padrões de distribuição de escores e sinais de seleção serão confrontados com períodos conhecidos de mudanças disruptivas no comportamento humano, como a revolução cognitiva paleolítica, início do comportamento religioso, o surgimento da agricultura e da linguagem escrita. Em conformidade com a cada vez mais mais sólida hipótese de surgimento recente para da esquizofrenia será investigada a hipótese de alta prevalência de esquizofrenia até a metade do segundo milênio BCE inspirada na obra The Origin of Consciousness in the Breakdown of the Bicameral Mind de Julian Jaynes.