HABILIDADES COGNITIVAS PRESENTES NA AVALIAÇÃO DO ENADE PARA O CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE QUÍMICA
Avaliação; ENADE; Operações Cognitivas; Nível de dificuldade; Formação de professores em Química
Para acompanhar o desenvolvimento da educação superior no Brasil foi criado entre outros indicadores o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE), que faz o diagnóstico dos estudantes quanto aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares, competências e habilidades adquiridas pelos graduandos durante a formação. A partir deste instrumento, nosso problema de pesquisa se relaciona com o nível das operações cognitivas exigidas na resolução das questões do ENADE e se estas refletem as mudanças nas estruturas curriculares. Quer dizer, que elementos orientadores a análise das questões do ENADE, dos relatórios e da estrutura curricular podem subsidiar um olhar ao Projeto Pedagógico do curso de Química – Licenciatura em termos de operações cognitivas de alta ordem e, consequentemente, uma melhor formação profissional? Para tentar responder ao nosso problema, buscamos estruturar a pesquisa nos seguintes objetivos específicos: (a) analisar as questões aplicadas nas provas do ENADE 2011 e 2014 para formação de professores em Química a partir de um quadro orientador de competências, habilidades, conhecimentos específicos do campo disciplinar da química; (b) classificar as operações cognitivas exigidas e nível de dificuldade para realização de cada questão, (c) comparar os resultados obtidos com os expressos nos relatórios do curso e com componentes curriculares da UFRN. Trata-se de uma pesquisa de análise documental a qual, foram selecionadas 05 questões que foram aplicadas na prova de 2011, e 07 questões aplicadas na prova 2014, todas com componente específico voltado para a licenciatura em Química, quer dizer relacionadas ao Ensino de Química. Para a análise foi elaborado um quadro orientador de matriz própria de referência de competências, habilidades, operações cognitivas e conhecimentos específicos do campo disciplinar, e para classificar as operações cognitivas e o nível de dificuldade exigidas nas questões, assumiu-se o referencial da Taxonomia de Alonso. Das questões analisadas identificamos operações cognitivas de várias ordens e grau de dificuldade máxima e mínima, sendo identificado grau de dificuldade mínima presente apenas em uma questão da prova 2011. Em oposição ao grau de dificuldades encontradas, foi verificado o Índice de facilidade, dado disponibilizado pelo INEP, que qualifica as questões em função da análise estatística do número de acertos. Outro ponto observado foi a estrutura curricular do curso Química da UFRN, verificando que a mesma encontra-se coerente com exigências na prova do ENADE. Apesar de preliminar, os resultados sinalizam elementos que contribuem com discussões nas estruturas curriculares dos cursos de formação para professores em química.