DIÁLOGOS ENTRE CIÊNCIAS E FICÇÃO CIENTÍFICA: Uma estratégia para discutir ética científica baseada na Teoria da Objetivação
Ficção Científica; Formação de professores; Ética Científica; Teoria da Objetivação.
AAs narrativas implicadas em materiais de ficção científica (SF) apresentam as ciências como uma atividade viva e instigante que parece alimentar o interesse e a curiosidade dos cidadãos por questões científicas complexas. Essa proposição parece contrariar um cenário descrito na literatura específica em que discussões sobre produtos e processos das ciências nas salas de aulas parecem cada vez mais desinteressantes aos estudantes. Uma via pertinente e bastante trabalhada que assumo como estratégia para atravessar um desinteresse dessa ordem e discutir sobre aspectos epistemológicos das ciências é o diálogo entre ciências e literatura. De modo mais específico, tomo a literatura de ficção científica (SF) como fio condutor para propor discussões sobre noções de ética nas ciências. Para fundamentar filosófica, pedagógica e epistemologicamente as ideias e atividades propostas assumi como base a Teoria da Objetivação (TO), teoria de ensino-aprendizagem histórico-cultural idealizada pelo pesquisador matemático Luis Radford. O objetivo dessa articulação é investigar a pertinência da SF para ampliar, facilitar e contextualizar o debate sobre a produção das ciências e seus aspectos éticos para professores de ciências em formação. Para alcançar esse objetivo utilizei três estratégias metodológicas: uma interlocução epistolar com o cientista ficcional Doutor Victor Frankenstein; mapeamento e imersão em matrizes teóricas e a produção estratégias de ensino – uma oficina didática exploratória ministrada para bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID/Interdisciplinar/UFRN) e um Curso sobre Ficção Científica e Ética nas Ciências ofertado para professores em formação inicial e continuada dos cursos de Química, Física, Biologia e Matemática da UFRN, do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) e do Centro Universitário Facex (UniFacex). O diálogo entre os dados produzidos com o uso dessas estratégias oferece pistas para defender que a SF é uma linguagem pertinente para pensar e problematizar discussões sobre as ciências e seus aspectos éticos e pode contribuir na educação científica de professores de ciências em formação.