O COTIDIANO URBANO PELAS LENTES DOS ALUNOS: o trabalho com a linguagem audiovisual como metodologia para o ensino da Geografia Escolar
Ensino de Geografia; linguagem audiovisual; metodologia de ensino; minidocumentários; espaço urbano
A linguagem audiovisual sugere formas de conceber e lidar com o espaço geográfico. É recorrente o uso dessa linguagem pelo professor de Geografia para “apresentar” aos alunos os vários lugares e fenômenos espaciais, apoiando assim o seu discurso durante uma aula. Pela compreensão da sua produção, podemos refletir sobre o audiovisual e como ele pode ser usado em sala de aula sem que sirva apenas como ilustração dos conteúdos geográficos. Assim, esta pesquisa objetiva compreender a produção da linguagem audiovisual como procedimento metodológico para o Ensino de Geografia. Em nossas análises, trabalhamos com o gênero minidocumentários, obras audiovisuais do cinema, mas também dos não-cineastas que se interessam em registrar em som e imagem práticas sociais do/no espaço. O estudo foi desenvolvido a partir de uma experiência didática realizada em uma escola pública localizada na cidade de Caicó (RN), com alunos do 2º ano do Ensino Médio. No projeto denominado DOCGEO, representamos audiovisualmente o espaço urbano caicoense, lugar de vivência dos estudantes. Metodologicamente, para coleta e análise de dados, utilizamos a abordagem qualitativa, por meio de pesquisa bibliográfica e documental, observação participante, notas de campo, diários de bordo e registro em fotos, áudio e vídeo. A partir da discussão de categorias de análise geográfica para o trabalho com os vídeos e dos resultados preliminares da pesquisa, consideramos que a metodologia de ensino ora proposta é capaz de envolver os alunos em situações de aprendizagem, tornando-os sujeitos participativos, críticos e capazes de entender e produzir o saber geográfico escolar. Enveredar pela linguagem audiovisual pode inovar a prática docente, dar significado aos conteúdos e elevar o acervo conceitual-crítico-cultural dos estudantes, que percebem a realidade (urbana) e sensibilizam-se sobre os modos de ouvir/olhar, pensar e viver no espaço.