Remoção de microplástico em água através de adsorventes tratados com microemulsão
tensoativo; microemulsão; microplásticos; adsorção
O acúmulo de plásticos no meio ambiente vem se tornando cada vez mais uma preocupação global. Pauta no relatório da ONU de outubro de 2021 e de outros órgãos importantes, é perceptível a necessidade de se discutir sobre o tema e buscar soluções. Dentre os impactos desses materiais, os microplásticos (partículas com dimensões inferiores a 5 mm) vem ganhando destaque devido a presença, muitas vezes imperceptível, no ambiente. Pois, nos oceanos, são confundidos com alimentos pela fauna e muitas vezes não são devidamente removidos nas estações de tratamento de água e esgoto (ETAE). Desse modo, esse trabalho buscou formas de remover esse contaminante de efluentes. A forma estudada foi através do uso de adsorventes tratados com tensoativos utilizando a decantação para separa-los, uma vez que, devido a estrutura do tensoativo e dos adsorventes, estes poderiam ter alguma interação com os microplásticos, tornando possível sua extração. Dentre os tensoativos analisados, foi escolhido o Tween 80, pois, além da baixa toxicidade, ele apresentou eficiente interação com o plástico, explicada devido sua estrutura química, comprovadas via análise por FTIR. O efluente utilizado nos testes foi obtido através da contaminação de água destilada por microplásticos adquiridos sinteticamente. Contudo, foram comparados através do espectro do FTIR com microplásticos reais, retirados da ETE da UFRN. No mais, foram escolhidos cinco adsorventes para serem tratados com microemulsões tendo o Tween 80 como componente: bentonita, diatomita, bagaço de coco, de cana e da casca da banana. Para dosar a quantidade de microplástico que seria extraída, foi necessário construir uma curva de calibração. Ela foi feita através do espectro do FTIR de diferentes massas de plástico versus a área de pico que variava com a absorbância. De acordo com os testes de adsorção, feitos para cada um dos cinco adsorventes com e sem tratamento e com o auxílio do método NOAA para separar os microplásticos dos adsorventes após a remoção, teve-se que o bagaço da casca de banana apresentou a maior eficiência dentre os adsorventes não tratados: 70%. Já entre os tratados, o bagaço de cana apresentou quase 80% de plástico removido. Logo, observa-se que a adsorção pode ser um método viável para a remoção de microplásticos em água.