Estudo da adsorção de tensoativos aniônicos em rochas carbonatos e arenitos: caracterizações, planejamento experimental e efetivação dos parâmetros.
Surfactantes; arenito; calcário; adsorção; isotermas de equilíbrio
Há uma busca constante por métodos e técnicas que proporcionem aumento na produção de campos petrolíferos, visto que a exploração de petróleo utilizando-se somente da energia natural resulta em um rendimento relativamente baixo, atingindo em torno de 35% do total existente no reservatório. Por esta razão, diversos métodos alternativos e complementares são desenvolvidos, dentre estes destacam-se a injeção de surfactantes. A recuperação avançada de petróleo por surfactantes inclui a injeção e a estimulação de surfactantes. As principais funções deste método são reduzir a tensão interfacial água/óleo e alterar a molhabilidade da rocha reservatório, que na maioria das vezes é molhável a óleo, tornando-a molhável à água. Esta propriedade dos tensoativos é devida à sua natureza anfifílica, que possuem duas regiões bem definidas com afinidades distintas a solventes diferentes e imiscíveis. Neste estudo, a adsorção de surfactantes aniônicos em materiais carbonáticos e areníticos foi avaliada, considerando parâmetros como a temperatura, tempo de contato e concentração. Foram escolhidos tensoativos aniônicos saponificados a partir de óleos vegetais, visando uma abordagem ambientalmente sustentáveis, são eles: óleo de coco saponificado (OCS), óleo de coco de babaçu saponificado (OCBS) e o óleo de mamona saponificado (OMS), além do comercial dodecil sulfato de sódio (SDS). O método do banho finito foi realizado para avaliar a eficiência de adsorção de cada tensoativo, onde verificou- se que a adsorção do OCS, OCBS e OMS foram eficazes em calcário e insignificante em arenito, enquanto o SDS apresentou baixa eficiência de adsorção em ambas as rochas, indicando assim a importância de considerar as características específicas de cada tipo de rocha. Um planejamento experimental fatorial foi aplicado para otimizar o processo de adsorção. A eficiência de adsorção em calcário foi de 85,74%, 82,52% e 45,30% para o OCS, OCBS e OMS, respectivamente. Os dados experimentais foram analisados por isoterma de equilíbrio, modelos cinéticos e termodinâmicos. Os dados das isotermas foram bem descritos pelo modelo de isoterma de Sips para os tensoativos: OCS, OCBS e OMS. Os dados cinéticos foram testados usando modelos de primeira e pseudossegunda ordem. Os resultados indicaram que a adsorção se encaixou bem com o modelo cinético de pseudossegunda ordem. O modelo de Langmuir simulou as isotermas de adsorção do OCS melhor que o modelo de Freundlich em três temperaturas diferentes de 298, 313 e 333K. Os parâmetros termodinâmicos (ΔH°, ΔS° e ΔG°) calculados a partir das isotermas de adsorção dependentes da temperatura indicaram que o processo de adsorção do OCS em calcário foi espontâneo e endotérmico. Os adsorventes foram caracterizados por Espectroscopia de Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR), Análise Térmica (TG/DTG), Difração de Raios-X (DRX), Fluorescência de raios-X (FRX), Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), Análises Granulométrica e de Potencial Zeta.