ASSOCIAÇÃO ENTRE CONSUMO ALIMENTAR, VITAMINA D E SÍNDROME METABÓLICA EM ADULTOS E IDOSOS ANTES E APÓS A COVID-19 – COORTE DO ESTUDO BRAZUCA NATAL
Ingestão de Micronutrientes. Deficiência de Vitamina D. Síndrome Metabólica. COVID-19.
A Síndrome Metabólica (SM) é um conjunto de fatores de risco associados a doenças cardiovasculares e diabetes, com alta prevalência global e nacional. Entre os fatores causais, destacam-se a inadequação de nutrientes e a deficiência de vitamina D, que influenciam os componentes da SM. A pandemia de COVID-19 agravou essas condições, ao impactar os hábitos alimentares e exposição à luz solar, com possíveis efeitos prolongados. Este estudo tem como objetivo avaliar a associação entre consumo alimentar de micronutrientes, status de vitamina D e as alterações dos componentes da síndrome metabólica em adultos e idosos antes e após a pandemia da COVID-19. Trata-se de um estudo de coorte com base nos dados das pesquisas “Estudo BRAZUCA Natal” e “estudo BRAZUCA Natal pós COVID-19”, conduzido com adultos e idosos de ambos os sexos residentes em Natal/RN. Foram analisados dados socioeconômicos e demográficos, dados do consumo alimentar, medidas antropométricas, pressão arterial e biomarcadores relacionados a SM e ao status de vitamina D. Os resultados preliminares indicaram prevalências elevadas de inadequação (>50%) no consumo de selênio, vitaminas B6, D e E em adultos e idosos, além de magnésio em homens idosos e selênio e tiamina em mulheres. As maiores prevalências (>80%) foram observadas para as vitaminas D e E em todos os grupos, com inadequações de vitamina D superiores a 95% independentemente do sexo e faixa etária. Observamos que a prevalência de inadequação variou de acordo com o nível de renda, dependendo do micronutriente específico. A análise do status de vitamina D em relação as características bioquímicas antes e após a pandemia da COVID-19 mostraram uma associação significativa entre colesterol total e HDL com a deficiência da vitamina D antes da pandemia. Após a pandemia, essas associações não foram observadas, possivelmente devido à melhora nos hábitos alimentares. Contudo, a glicemia de jejum apresentou associação com deficiência de vitamina D apenas no período pós-pandemia, alinhando-se a evidências de alterações glicêmicas associadas à COVID-19, apesar de os mecanismos etiológicos ainda não estarem completamente elucidados. Concluímos que a população do estudo apresenta elevadas prevalências de inadequação de micronutrientes, com destaque para a vitamina D, além de associações entre sua deficiência e características bioquímicas, variando entre os períodos pré e pós-pandemia.