PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS ÀGardnerella vaginalis EM MULHERES ATENDIDAS EM CLÍNICA GINECOLÓGICA NO MUNICÍPIO DE NATAL-RN
Gardnerella vaginalis; vaginose bacteriana; prevalência; fatores de risco
A espécie bacteriana Gardnerella vaginalis é adquirida por via sexual podendo colonizar o trato genital feminino, está intimamente relacionada ao quadro de vaginose bacteriana. A presença dessa espécie bacteriana representa um fator de risco para as mulheres na gestação e aquisição de IST. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a prevalência e fatores associados à Gardnerella vaginalis em mulheres atendidas em clínica ginecológica no município de Natal-RN. Trata-se de um estudo transversal descritivo, cuja população alvo do estudo foi composta por 395 pacientes consultadas em uma clínica ginecológica privada no município de Natal-RN. O estudo foi realizado a partir da análise citológica da secreção vaginal de acordo com o método Papanicolau e posteriormente, avaliados os critérios (presença de corrimento, teste de amina, coilócitos e clue cells) para confirmação dos micro-organismos sugestivos. Informações sociodemográficas, de comportamento sexual e relativas à condição clínica das participantes foram obtidas mediante o prontuário médico e entrevista realizada por meio de formulário contendo 10 questões. Foram calculadas as Razões de Prevalência (RP) brutas e ajustadas (Razões de Prevalência de Mantel Haenszel, segundo tipo de acesso ao sistema de saúde).O Teste Qui-quadrado (x2) de Pearson foi utilizado para a avaliação da presença da Gardnerella vaginalis e fatores associados às pacientes. A prevalência geral de Gardnerella vaginalis foi 35,4%, sendo 51% maior no grupo entre 15 e 44 anos (p-valor=0,004), 45% superior entre as mulheres maritais (p-valor=0,036), e 36% menor entre as mulheres que tomavam anticoncepcional (p-valor = 0,004). Os casos de G. vaginalis superaram em 3,2 vezes entre as mulheres que tinham um diagnóstico sugestivo de HPV (p-valor<0,001). A prevalência de G.vaginalis superou em 26 vezes no grupo de mulheres que apresentam corrimento vaginal e em 15 vezes no grupo de mulheres com teste de amina positivo(p-valor<0,001). Nesta perspectiva, testou-se a interação de amina positiva e corrimento vaginal, observou-se que houve uma associação estatisticamente significativa com a presença de G. vaginalis (RP=14,0; p-valor<0,001). Conclui-se uma importante prevalência de G.vaginalis colonizando a vagina das pacientes, além da associação estatisticamente significativa entre a presença desta bactéria e alguns fatores comportamentais e sexuais. A diferença socioeconômica não teve relevância no estudo, assim sendo, é importante analisar os critérios clínicos e comportamentais para o diagnóstico da Vaginose Bacteriana.