DA ESCRITA PARA A TELA: A PRODUÇÃO DE DOCUMENTÁRIO COMO UMA PRÁTICA DE RESSIGNIFICAÇÃO DA ESCRITA NO CONTEXTO ESCOLAR
Palavras-chave: Ensino de Língua Portuguesa. Gêneros do discurso. Documentário. Projeto didático de gênero. Multiletramentos.
RESUMO
O advento das tecnologias digitais e a diversidade de recursos multimidiáticos e multissemióticos presentes nas situações de comunicação impõem à escola o desafio de oferecer um ensino baseado nas práticas reais de interação humana. Nesse contexto, elencamos como objetivo geral deste trabalho apresentar uma proposta didática com a produção do gênero documentário, a fim de promover um ensino de língua significativo e que contribua para a formação identitária do sujeito, problematizando como as novas tecnologias, inseridas no contexto escolar por meio da linguagem audiovisual, podem ressignificar o ensino de língua e aproximar o aluno do contexto social em que vive. Como objetivos específicos almejamos: descrever como as práticas escolares de escrita podem ser ressignificadas com o auxílio das ferramentas tecnológicas, indicar como as atividades de pesquisa, elaboração de roteiros e entrevistas com pessoas do bairro, no qual a escola está inserida, podem ajudar o aluno a fazer uma leitura crítica da sua realidade e apontar como o trabalho com o audiovisual pode capacitar os alunos para o uso das ferramentas tecnológicas a favor da construção de sua identidade. Quanto aos aspectos metodológicos, este trabalho se configura como uma pesquisa-ação sob a perspectiva de Thiollent (1986) e apresenta uma abordagem qualitativa dos dados fundamentada nos estudos de Lüdke e André (2013), porque retrata questões concernentes ao contexto de sala de aula a partir de uma proposta didática estruturada num Projeto Didático de Gênero desenvolvido por Guimarães e Kersch (2012). Ademais, aportamos nossa pesquisa em contribuições teóricas de Rojo (2012; 2019) sobre os multiletramentos na escola e as contribuições de Bauman (2001; 2005) acerca da formação de identidade do sujeito. Amparamos nossa pesquisa também nos estudos que tratam dos gêneros do discurso na visão de Bakhtin (1997); dos gêneros digitais, segundo Marcuschi e Xavier (2005) e do letramento social e contemporâneo com base em Kleiman (2014). Nos aspectos concernentes à linguagem audiovisual, nos fundamentamos nos estudos de Nichols (2005; 2012). Nossa proposta didática foi elaborada pensando numa possível aplicação em turmas do 9º ano do Ensino Fundamental, destacando que a produção de documentário com base nas propostas de multiletramentos será importante para a construção de aprendizagens significativas no ensino de Língua Portuguesa, pois se coaduna com às exigências postas à educação na contemporaneidade.