UMA CARRADA DE SONHOS: DO BAÚ DE ANTÔNIO PARA A SALA DE AULA EJEANA
Antônio Francisco, cordel, fruição, lirismo, Eja, oralidade, ensino.
A presente dissertação procura descrever o trabalho com cordéis em uma turma de EJA, da Escola Estadual Tomaz de Araújo, situada em Acari –RN. A pesquisa foi realizada à luz de duas categorias: a oralidade e a escrita. Analisando as dificuldades observadas no tocante ao gosto pela leitura e escrita nessa modalidade de ensino, foi pensado em um projeto que pudesse minimizar essas barreiras. Elegemos, portanto, o cordel como gênero ideal para atrair a atenção dos alunos em razão de elementos como a rima, a musicalidade, a linguagem simples, os temas próximos da realidade dos alunos. O objeto de estudo da pesquisa foi a recepção dos alunos aos cordéis de Antônio Francisco, dado o lirismo e encantamento observados nos referidos cordéis desse poeta popular, propícios, portanto, para transmitir valores humanos essenciais à vida moderna, visto que o capitalismo e a corrida desenfreada pelas possessões materiais faz com que valores éticos, sociais e humanos sejam desprezados. O estudo está pautado na Estética da Recepção, Jauss (1994) e Iser (1996), bem como em estudos críticos e teóricos sobre o texto poético em sala de aula e a literatura em geral: Candido (1995), Pinheiro (2007), Kirinus (2011). No tocante às orientações teórico-metodológicas seguimos Freire (2004), Esclarin (2006), além da Proposta Curricular para a Educação de Jovens e Adultos. Nas reflexões acerca do cordel e da cultura popular nos guiamos por Batista (1977), Abreu (2001) e Kunz (2001). Todos contribuíram para a compreensão e elaboração de um perfil do aluno ejeano, suas dificuldades e também forneceram dados para proposições de atividades que culminem em uma aprendizagem satisfatória.