ENSINO DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS NO ENSINO FUNDAMENTAL: PROCESSOS DE RETEXTUALIZAÇÃO DO GÊNERO MEMÓRIA
Palavras-chave: Memória. Retextualização. Ensino de LP. Produção textual.
O ensino de Língua Portuguesa nas escolas de ensino fundamental no Brasil, na maioria das vezes, ainda se limita ao estudo de regras gramaticais, memorização de nomenclaturas exemplificadas com frases soltas e descontextualizadas que pouco fazem sentido, se tomarmos por base a língua que de fato é usada pelo aprendiz nas mais diversas práticas sociais e culturais por meio das quais ele interage. Como consequência, não é surpresa a constatação, por órgãos oficiais de avaliação, a exemplo do IDEB – (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), dos baixos índices de letramento dos nossos alunos no que se refere ao domínio da escrita, produção textual e da oralidade nos mais diversos gêneros discursivos. A partir dessas observações,
e na tentativa de contribuir com a melhoria do ensino de Língua Materna, o presente trabalho, proposto para uma turma do 9º ano do ensino fundamental, em uma escola estadual em Bento Fernandes, Estado do Rio Grande do Norte, tem como foco principal o ensino de leitura e produção de textos no ensino fundamental. Nessa direção, elegeu-se como objetivo geral deste trabalho propor uma intervenção pedagógica que priorize os processos de retextualização do gênero memória, da modalidade oral para a escrita, visando contribuir para a melhoria do domínio das competências discursivas do aluno. Assim sendo, esta intervenção deverá propiciar ao aluno, de um modo mais específico: a) compreender o que é memória; b) observar as relações linguístico-discursivas com base no continuum da relação oralidade e escrita; c) compreender por meio de leitura e produção de textos, o continuum de oralidade e escrita como práticas que se complementam; d) produzir um texto de memória escrito, a partir de relatos orais de pessoas mais idosas; e) adequar a situação de comunicação para a produção do gênero discursivo. Como aportes teóricos que sustentarão as bases desta proposta de intervenção seguir-se-á Marcuschi (2001), com destaque para as operações centrais de retextualização (da fala para a escrita), Bastos (1985), Dell’isola (2007 e 2008), Rojo (2000), Gago e Vieira (2006). Com relação a propostas das sequências, o trabalho seguirá as orientações do grupo de Genebra (DOLZ e SCHENEUWLY, 2004), além de autores que vêm propondo sequências para o ensino de Língua Portuguesa. No que se refere à metodologia, este trabalho seguirá as orientações da pesquisa-ação, considerando o professor (o pesquisador) como um agente ativo envolvido no processo de produção de conhecimento em sua própria prática de sala de aula, interferindo na forma de produção e disseminação deste no contexto particular de sua própria sala de aula, de acordo com o que propõem El Andalussi (2004), Morin (2006), entre outros autores.