(RE)PENSANDO O ENSINO DE GRAMÁTICA EM TRÊS EIXOS: O USO DO SUJEITO ANAFÓRICO NA CONSTRUÇÃO DA REFERENCIAÇÃO
Sujeito Anafórico; Sociolinguística Variacionista; Sequência Didática; Ensino de Gramática.
Analisando produções do Ensino Fundamental (EF), observamos, dentre outros problemas, as dificuldades de os alunos compreenderem a categoria gramatical sujeito bem como sua utilidade na construção da coesão referencial – especificamente, o sujeito anafórico. Considerando essa constatação, propomos e aplicamos nesta dissertação uma Sequência Didática (SD) sobre o uso do sujeito anafórico em uma turma do 9º ano do EF da Escola Estadual Fabrício Maranhão, pertencente à rede pública de ensino localizada em Canguaretama/RN. Como base teórica, nos fundamentamos nos pressupostos teóricos e na metodologia sistematizados em estudos recentes sobre o ensino de gramática (COELHO; GÖRSK, 2009, VIEIRA, 2007; 2016; MARTINS, 2013; MARTINS; VIEIRA; TAVARES, 2014). Aplicamos, então, uma SD que, primeiramente, propunha aos alunos recontarem, com suas palavras, o conto Natal na barca (de Lygia Fagundes Telles). Essa primeira produção nos serviu para realizar um levantamento dos usos do sujeito anafórico feitos por eles. Pudemos constatar que, em muitos casos, são usados sujeitos anafóricos ambíguos ou sem referente recuperável na superfície textual, ou, ainda, com a atribuição de ações ao referente errado, criando situações que não existem no texto original. Na sequência, utilizamos as próprias produções dos alunos para trabalhar com eles os usos do sujeito anafórico, as quais subsidiaram informações necessárias para refletirmos acerca do objeto de estudo em questão, e, com base na literatura linguística, refletimos cientificamente sobre a língua. Na última intervenção em sala de aula, os alunos foram orientados a produzirem um texto final. Com essas últimas produções, então, conseguimos perceber uma atenção, que antes não existia, em relação aos usos do sujeito anafórico e alguns alunos, que inicialmente produziram textos praticamente incompreensíveis, demonstraram um uso mais diversificado dessa categoria gramatical, construindo cadeias referenciais de modo mais eficiente.