SBS, nanofibras, compositos
Estruturas tubulares não tecidas, produzidas a partir de nanofibras biorreabsorvíveis, têm despertado grande interesse na área de engenharia de tecidos. Uma técnica promissora na produção de nanofibras é a fiação por sopro em solução (SBS), capaz de produzir fibras micro e nanométricas com grande produtividade e potencial de produção em escala industrial. Neste trabalho, foi desenvolvido um sistema de produção de estruturas tubulares micro e nanofibrosas por SBS, utilizando uma matriz de ejeção multibicos e um sistema de coleta inédito, baseado em um coletor cônico rotatório, incluindo uma etapa de extração e tratamento térmico pós-fiação em estufa. Túbulos de poli(D,L ácido lático) (PDLLA) foram produzidos e os efeitos de parâmetros de coleta e de tratamento térmico sobre suas características mecânicas e morfológicas foram avaliados em função da cristalinidade, diâmetro e orientação das fibras, espessura da parede e resistência mecânica. Túbulos multicamadas e mantas com misturas de fibras de poli(D,L,ácido lático) (PDLLA) e poli(Ɛ-caprolactona) (PCL) foram também produzidas a partir do sistema multibicos e o efeito da composição nas propriedades morfológicas e estruturais dos túbulos foi avaliado. Análises por DSC e DRX indicaram um aumento na cristalinidade das fibras com o aumento do tempo e temperatura de tratamento térmico e as imagens de MEV indicaram que o diâmetro médio das fibras tende a aumentar com a cristalização, e que a espessura da parede dos túbulos é inversamente proporcional ao diâmetro do bastão extrator. Imagens de microscopia ótica indicaram influência da velocidade angular do coletor e na orientação das fibras. Os resultados dos ensaios de tração demostraram que o grau de cristalinidade das fibras é determinante para o desempenho mecânico das mantas. Os resultados dos ensaios de molhabilidade indicaram que a energia de superfície do material não sofre alterações significativas diante do grau de cristalinidade, mas com a razão PDLLA/PCL.