Utilização de rejeito de granito e queima da casca do café em cerâmica vermelha.
Rejeito de granito, cinza da casca do café e cerâmica vermelha.
A produção industrial de rochas ornamentais e a queima da casca do café geram resíduos que são descartados no meio ambiente. Porém, com o estudo da incorporação destes resíduos em produtos cerâmicos, poderá ser encontrada uma alternativa para a redução dos impactos ambientais e efeitos danosos à saúde humana causados pelo descarte indiscriminado destes resíduos na natureza. Nesse sentido, este trabalho teve como objetivo estudar a adição de cinzas da casca do café e rejeito de granito na argila usada para a produção de cerâmica vermelha. As matérias primas foram moídas a seco e peneiradas na malha 100 mesh. Para caracterizar as matérias primas foram realizadas as análises de difração de raios X (DRX), fluorescência de raios X (FRX), análise granulométrica (AG), análise térmica diferencial (ATD) e análise termogravimétrica (ATG). Foram preparadas seis formulações onde o teor de argila foi mantido constante (70% em peso) e os teores de cinzas e de rejeito de granito variaram entre 0 e 30% em peso. Foram realizadas análises dilatométricas em quatro formulações selecionadas (A70G30, A70C30, A70G15C15 e A100). Os corpos de prova foram confeccionados por compactação uniaxial com pressão de 25 MPa. Esses corpos de prova foram queimados entre 800°C e 1100°C. Foram realizados ensaios para determinar a retração linear de queima (RLq), absorção de água (AA), porosidade aparente (PA), massa específica aparente (MEA) e tensão de ruptura a flexão (TRF) e foram realizadas também análises de difração de raios X e microscopia eletrônica de varredura (MEV) dos corpos de prova queimados. As formulações com incorporação de rejeito de granito e/ou cinza, sendo elas A70C30, AG10C20, A70G15C15, A70G20C10 e A70G30, alcançaram os limites exigidos de absorção de água e tensão de ruptura à flexão necessária para a produção de telhas e bloco cerâmico para alvenaria de vedação segundo Santos (1989) e as normas NBR 15270-1 e 15310.