EXERCÍCIO FÍSICO, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA EM PESSOAS COM O HIV/AIDS EM NATAL / RIO GRANDE DO NORTE
HIV, exercício, lipodistrofia, terapia antiretroviral, qualidade de vida
A sobrevida das pessoas com AIDS tem aumentado com o uso das terapias com antiretrovirais (TARV), esses, entretanto, possuem efeitos colaterais que interferem no padrão morfofuncional e hematológico, que podem levar a alterações na qualidade de vida (QV). Este estudo quase-experimental objetivou avaliar parâmetros antropométricos, funcionais, hematológicos e de qualidade de vida em pessoas com HIV/AIDS submetidas a um programa de exercícios de 16 semanas. Participaram do estudo 15 indivíduos com idade de 35 e 51 anos, registrados no Núcleo de atendimento do Hospital Giselda Trigueiro em Natal/Rio Grande do Norte, que apresentaram CD4³350cel/mm3, lipodistrofia e em TARV. Foram avaliados o índice de massa corpóres (IMC), a relação cintura-quadril (RCQ), o percentual de gordura (%G), a força escapular e manual, a contagem de CD4, carga viral e QV, antes e após a intervenção. Essa foi realizada com exercícios de aquecimento e utilizou como base os exercícios resistidos, realizados três dias/semana, com duração de 1h, intensidade de60 a 75% de 1RM. Observaram-se modificações significativas no %G (17,01±2,66x15,12±2,25, p=0,031*), força escapular (26,16±2,73x29,00±2,76, p=0,007*) e preensão manual (35,45±9,69x37,88±10,84, p=0.039*). Houve aumento no CD4 e a carga viral manteve-se indetectável. Nos domínios da QV, observou-se mudança significativa no do meio ambiente (12,90±0,52x14,10±0,22, p=0,021*), espiritualidade, religiosidade e crenças pessoais (15,60±0,88x17,06±0,60, p=0,032*) e na percepção da qualidade de vida e saúde geral (15,33±0,46x17,20±0,47, p=0,005*). Os resultados sugerem que os exercícios resistidos para essa população constituem agente terapêutico coadjuvante no controle dos efeitos colaterais advindos da TARV, promovendo modificações na composição corporal, aumento da capacidade funcional e dos níveis de CD4, mantendo estável a carga viral e melhorando a QV. Sugerimos novos estudos com maior tempo de intervenção e com o acompanhamento de equipes multidisciplinares, o que poderá promover melhorias mais significativas na qualidade de vida e promover maior controle nas variáveis intervenientes.