EFEITOS DO TREINAMENTO INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE AO AR LIVRE BASEADO NA PERCEPÇÃO DE ESFORÇO SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL AMBULATORIAL DE 24 HORAS EM PESSOAS IDOSAS COM HIPERTENSÃO: UM ESTUDO PILOTO RANDOMIZADO
Treinamento intervalado de alta intensidade, exercício, envelhecimento, rigidez arterial, doença cardiovascular.
O objetivo dessa dissertação foi investigar a viabilidade e os efeitos anti-hipertensivos de um programa de treinamento intervalado de alta intensidade (TIAI) autoguiado pela percepção subjetiva de esforço (PSE) em pessoas idosas com hipertensão arterial sistêmica (HAS). Trata-se de um estudo piloto, com 31 participantes randomizados (66±4 anos; diagnóstico de hipertensão: 14±9 anos; TIAI, n=18; Controle, n=13). O grupo TIAI realizou três sessões semanais em uma pista ao ar livre, progredindo de quatro para oito estímulos de 60s de alta intensidade (PSE 7–8) com recuperação ativa (PSE 3–4) durante seis semanas. Frequência cardíaca (FC) e resposta afetiva (Feeling Scale, -5 a +5) foram monitoradas semanalmente. O grupo controle participou de encontros semanais de educação em saúde (sem exercício). Os desfechos de viabilidade incluíram taxas de recrutamento (% de randomizados por interessados), aderência (% que finalizou o estudo), comparecimento (% de sessões realizadas por planejadas), fidelidade (atingir a intensidade vigorosa no TIAI: >60% da FC de reserva e >80% da FC máxima) e eventos adversos relacionados à intervenção. Desfechos cardiovasculares: pressão arterial de 24 horas (total, vigília e sono); PA de consultório (central e braquial); medidas de rigidez arterial: índice de aumento (AIx) e velocidade de onda de pulso aórtica (VOPa). Como resultados, a taxa de recrutamento foi baixa (18,6%); as taxas de aderência (83,3%) e comparecimento às sessões (89.0%) foram altas. Os participantes treinaram com >75% da FC de reserva e >85% da FC máxima, demonstrando alta fidelidade à intervenção. Em média, as respostas afetivas foram positivas (“razoavelmente boas”). Problemas musculoesqueléticos ocorreram em 11,1% dos participantes. O grupo TIAI apresentou reduções na PA sistólica de 24 horas (-3 mmHg), diastólica (-2 mmHg) e sistólica no sono (-5 mmHg) (p<0,05). Não houve interação grupo-tempo nas demais variáveis analisadas, nem mudanças no grupo controle (p>0,05). Em conclusão, o TIAI autoguiado pela PSE parece ser viável e com potencial para gerar efeitos anti-hipertensivos em pessoas idosas com HAS. Os resultados dessa dissertação poderão nortear ensaios clínicos pragmáticos sobre os efeitos do TIAI em pessoas idosas com HAS.