Estrutura genética espacial em fina-escala, diversidade genética e autocorrelação espacial da Copaifera arenicola [(Ducke) J. Costa e L.P.Queiroz] em fragmento de Mata Atlântica
ISSR, Fabaceae, padrão espacial, espécie endêmica, copaíba
Com a crescente redução das florestas nativas, a manutenção e sobrevivência do componente arbóreo dependem de estratégias adequadas de manejo sustentável. Assim, o entendimento da estruturação genética espacial e diversidade genética intrapopulacional são importantes para o manejo e conservação dos recursos genéticos florestais, bem como para avaliar os impactos da exploração e fragmentação e estabelecer estratégias de amostragem em populações naturais. Assim, o presente estudo tem como objetivo avaliar os aspectos ecológicos dos estádios ontogenéticos da Copaifera arenicola por meio de estudos da diversidade e estrutura genética espacial em escala fina em um fragmento remanescente de Mata Atlântica no Rio Grande do Norte. A amostragem envolveu 249 indivíduos subdivididos em três estágios de vida, Regenerantes, Jovens e Adultos no fragmento florestal. O DNA obtido a partir de amostras foliares e caulinares foi amplificado por Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), e os produtos submetidos à eletroforese em gel de agarose. Por meio de 72 locos ISSR (Inter Repetições de Sequências Simples) a diversidade genética de Nei e o índice de Shannon apresentaram médias de 0,27 e 0,43, respectivamente, sendo identificadas médias altas para todos os estágios de crescimento de acordo com o histórico de vida da espécie. A análise bayesiana detectou a presença de k = 3 para a população, sendo confirmada a diversidade intrapopulacional. A Estrutura Genética Espacial (EGE) revelou que indivíduos aparentados tendem a estar mais próximos. O raio de agregação da EGE para regenerantes foi até, aproximadamente, 15 metros, seguido de completa aleatoriedade. O padrão de distribuição espacial foi agregado para todos os raios de distância nos estágios de vida. É recomendável priorizar a coleta de semente em distâncias superiores a um raio de aproximadamente 36 metros, uma vez que os indivíduos se agregam, espacialmente, a curtas distâncias, a fim de minimizar o grau de parentesco entre os espécimes. A população pode ser um amparo genético para programas de conservação, visto que os indivíduos apresentam um alta diversidade de acordo com o histórico de vida da espécie. Desse modo, a avaliação da diversidade e estrutura genética espacial em associação com o padrão de distribuição são bases que auxiliarão no estabelecimento de estratégias de conservação, uso sustentável e melhoramento genético.